A procuradora geral do Ministério Público do Trabalho, Sandra Lia Simon, que participou da sessão do Pleno do TST e realizou a contagem dos votos, desejou sucesso aos novos dirigentes do Tribunal, principalmente no momento em que o Brasil discute a reforma da legislação trabalhista. Sandra Lia reafirmou a confiança do Ministério Público do Trabalho na gestão do futuro presidente do TST, principalmente devido à sua vivência na região mais industrializada do País, o ABC paulista.

Leia a seguir a íntegra das declarações da procuradora:

"É uma honra presenciar a magnitude e a tranqüilidade que cercam esta eleição para a alta cúpula da Suprema Corte trabalhista. O Ministério Público do Trabalho deseja aos ministros Vantuil Abdala, Ronaldo Leal e Rider de Brito o mais absoluto sucesso nesses próximos anos de administração. Como disse o Ministro João Oreste Dalazen, a missão do Ministro Vantuil Abdala à frente da Presidência não será fácil, principalmente nesses tempos de reforma do Judiciário e de reforma da legislação trabalhista. Mas o seu conhecimento jurídico e a sua vivência como juiz do trabalho na região mais industrializada do País, que é o grande ABC, no Estado de São Paulo, lhe darão sustentáculo para manter o colendo Tribunal Superior do Trabalho na posição que o colocou o ministro Francisco Fausto: na vanguarda da defesa dos direitos sociais e dos direitos humanos decorrentes das relações de trabalho".

Em nome da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas (Abrat), o advogado Roberto Caldas registrou a força da tradição e a harmonia de pensamento que reinam no TST como aspectos positivos. "Este Tribunal Superior do Trabalho tem a importante missão de não só colmatar os conflitos sociais postos nos processos mas de pensar conjuntamente as políticas públicas, juntamente com outros Poderes da República", afirmou Caldas.

Leia a seguir a íntegra das declarações do advogado:

"Fiquei me perguntando, ministro Vantuil Abdala, a razão de tanta emoção pessoal e fico tranqüilo porque V. Ex.ª, no alto da sua experiência, já confessou essa emoção. Creio, Srs. Ministros, que a razão fundamental dessa nossa emoção é a construção e o exemplo que este Tribunal, em cada um de V. Ex.ªs, do mais novo ao mais antigo, tem apresentado para outras Cortes, para todas as carreiras jurídicas, para os advogados, para os membros do Ministério Público, para os serventuários. Aqui falo, Srs. Ministros, em nome da Ordem dos Advogados do Brasil e da Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas, mas, talvez, eu divida o tempo com o nosso amigo e presidente dr. Nilton Côrrea, aqui presente, que, pelo momento, também queira se manifestar. Mas, nós, advogados, gostaríamos, neste momento solene e histórico, de deixar reconhecida a importância desta força de tradição, de harmonização de pensamento que traz a certeza da harmonia institucional.

Algo tão necessário em nosso País, porque sem uma elite pensante, harmonizada, forte e pronta para assumir os maiores desafios que a nossa Nação tanto reclama, talvez passemos mais séculos e séculos como um País belo e exuberante, entretanto, com uma população num grau de desigualdade tão marcante. Este Tribunal Superior do Trabalho tem a importante missão de não só colmatar os conflitos sociais postos nos processos, mas muito mais pensar conjuntamente com os outros Poderes da República as políticas públicas. Não posso, Srs. Ministros, neste momento, deixar de lembrar, de reconhecer e de frisar aquilo que todos os dias temos ouvido, na Ordem dos Advogados do Brasil, na Abrat, que é o reconhecimento dos advogados à ?era Fausto?.

O ministro Francisco Fausto conseguiu conjuminar a sua experiência, o seu saber jurídico com a humanidade, a humanidade que tem dentro de si e contamina a todos quantos com S. Ex.ª convive. É um reconhecimento de que a Comissão de Combate ao Trabalho Escravo da OAB surgiu, e o Ministro lembrar-se-á disso, aqui no TST, em um reunião do presidente Rubens Aprobato Machado com S. Ex.ª, e, naquele momento, viu-se a necessidade imperiosa de todos os advogados se empenharem também no combate ao trabalho escravo. É bem verdade que já vínhamos trabalhando na Comissão Nacional de Direitos Sociais há muito tempo, a Comissão Nacional de Direitos Humanos também, mas, naquele momento, fez-se necessário e claro, houve uma participação fundamental do ministro Francisco Fausto.

O Ministro Francisco Fausto deixa, além disso tudo, essa construção, essa liga, que é a união dos seus pares, a união com os procuradores do trabalho, com os advogados, com os servidores da Justiça do Trabalho. É uma marca, ministro Francisco Fausto, indelével, extremamente importante, que, para nossa alegria, com absoluta certeza, teremos no ministro Vantuil Abdala, no ministro Ronaldo Leal e no ministro Rider de Brito, o seguimento destes princípios num momento tão importante para a vida nacional em que estamos diante da reforma trabalhista que se aproxima. Será fundamental esta união, não só do Tribunal Superior do Trabalho como da Magistratura brasileira, do Ministério Público e dos advogados. Aos três Ministros que ora são eleitos com a força da tradição, à unanimidade, desejamos todo o sucesso em busca da paz social e da justiça social. Muito obrigado".