Juiz seria mandante de assassinato de juiz no Espírito Santo

Fonte: Globo Online

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O Tribunal de Justiça do Espírito Santo anunciou na tarde desta segunda-feira o afastamento do juiz Antônio Leopoldo Teixeira, acusado da morte de seu sucessor na Vara de Execuções Penais (VEP) do estado, Alexandre Martins de Castro Filho. Segundo o presidente do TJ, quem poderá pedir a prisão dele agora é o procurador-geral de Justiça do estado, José Paulo Calmon.

O nome do juiz Antônio Leopoldo havia sido divulgado pela manhã pelo secretário de Segurança do Espírito Santo, Rodney Rocha Miranda, como sendo o principal suspeito de mandar matar, em março de 2003, o juiz Alexandre, que investigava o crime organizado no estado. De acordo com o secretário, os indícios colhidos durante a investigação e o depoimento de uma testemunha apontam com clareza para o envolvimento dele no assassinato.

Alexandre Martins de Castro Filho sucedeu Antônio Leopoldo Teixeira como titular da Vara de Execuções Penais. Sua morte teria sido encomendada por Teixeira depois de várias representações feitas contra ele por Alexandre em função de indícios de irregularidades na vara, como tráfico de influências, vendas de sentenças, concessão de regimes para pistoleiros na Colônia Penal Agrícola e até mesmo coação de técnicos para que dessem pareceres favoráveis ao que ele pedia.

O juiz Antônio Leopoldo Teixeira não foi ouvido na fase de inquérito por ser magistrado. Segundo Rodney Miranda, colher depoimentos do juiz caberia apenas ao Tribunal de Justiça. O mesmo se aplica a um pedido de prisão.

- A Associação de Magistrados do Espírito Santo solicitou a quebra do sigilo do caso e a divulgação do nome do juiz suspeito do crime, o que foi concedido pela Justiça - explicou Miranda.

O secretário detalhou durante entrevista coletiva os sete tópicos com os principais indícios que apontam para o envolvimento do juiz Antonio Leopoldo. Caberá agora ao Tribunal de Justiça dar o direcionamento do processo.

A equipe de rádios e internet da Rede Gazeta conseguiu falar com Antônio Leopoldo. O juiz disse que só vai se manifestar a respeito da denúncia de que ele foi mandante do assassinato de Alexandre Martins após tomar conhecimento do teor das declarações do secretário Rodney Mirana.

- Esta acusação é muito séria - disse.

O juiz vai conceder uma entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira e nela afirmou que vai dizer "toda a verdade que o Estado precisa conhecer".

Na última semana, a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputada Iriny Lopes (PT-ES) enviou ao procurador-federal da República, Cláudio Fonteles, um pedido de intervenção federal no caso do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, em março de 2003, em Vila Velha, no Espírito Santo.

Segundo a deputada, a polícia do estado não tem condições de investigar o crime sozinha.

- Esse inquérito está lento, engessado. Nós tememos que, assim como tantos outros, esse crime fique insolúvel. No entanto, eu não acredito em crime insolúvel. Eu acredito em dificuldade de investigação ou falta de condições para uma investigação rigorosa. Por isso, nós pedimos a federalização - justificou a deputada.

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3 Comentários

carlos jose bacellar comerciante28/03/2005 21:44 Responder

carlos jose bacellar bacellar (comerciante) - ITAPETINGA, BA - 24/03/2005 - 06:54 Enquanto o presidente da OAB do Amapá promove exemplo de moralidade em nosso país(vide-materia do ultima instancia), o Presidente da OAB de Itapetinga-Bahia, não tomou nenhuma providencia para punir o advogado DOMINGOS JOSE BRITO CORREIA DE MELO que lavrou CERTIDÃO FALSA e já encontra-se indiciado no Art.297 do Código Penal Brasileiro, conforme Inquerito Policial em tramite na Vara Crime da Comarca de Itapetinga no Estado da Bahia sob nº 0046/2000. Parabens presidente da OAB do Amapá pelo belo exemplo! Carlos José Bacelllar

Sílvio Arruée Autônomo28/03/2005 21:58 Responder

Como pode uma pessoa deixar de ser ouvida em um inquérito por ser juiz ?? Por acaso os juizes estão acima da Lei ?? Estes fatos são grandes responsáveis para a proliferação do crime organizado. Juiz é uma pessoa como qualquer outra e deve ser tratado como as outras, a profissão não pode ser colocada acima de tudo... Foi só começar a mexer no judiciário e começaram a aparecer os larápios e assassinos. O juiz Nicolau era e é considerado um JUIZ mas é ladrão como qualquer um outro que se encontra nos presídios, com o agravante de que recebia dos cofres públicos muito bem para fazer o que fez. Por necessidade não delinquiu, por ganância e índole SIM...

Ubiratan Teodoro industriário29/03/2005 17:41 Responder

Há mais de duas décadas eu já comentava com os amigos como nossa sociedade era interessante, pois a mídia só falava das bandidagens do Executivo e do Legislativo, ficando o Judiciário ao largo dessas menções.

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