Delegado diz que policial ajudou a financiar assassinato, mas defesa desqualifica provas

PM é o quinto acusado a ser julgado pela morte da magistrada, assassinada com 21 tiros quando chegava em casa

Fonte: Agência Brasil

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Rio de Janeiro – O delegado Felipe Ettore, primeira testemunha a depor no julgamento do policial militar (PM) C.A.M.S., disse que o réu ajudou a financiar o assassinato da juíza P.A., em agosto de 2011. O PM é o quinto acusado a ser julgado pela morte da magistrada do Tribunal do Júri de São Gonçalo, assassinada com 21 tiros quando chegava em casa, na noite de 11 de agosto daquele ano.


P.A. era conhecida por ser linha dura contra desvios cometidos por policiais. Segundo a denúncia oferecida à Justiça, isso teria desagradado um grupo de policiais, que executava criminosos e lucrava semanalmente pelo menos R$ 11 mil com a extorsão a bandidos de favelas daquele município.


No início de 2011, o grupo teria planejado a morte da juíza. No dia do assassinato, o policial C.A. estava preso há quase um mês, por determinação da própria magistrada, acusado de executar um jovem em uma favela de São Gonçalo. Mas, segundo Ettore, que investigou o assassinato da juíza, antes mesmo da prisão, C.A. havia concordado em matá-la.


Além disso, ele teria aceitado abrir mão do lucro ilícito de duas semanas para financiar a morte da juíza. “Interessava a todos os integrantes do GAT [Grupo de Ações Táticas do qual participavam os dez policiais] que houvesse menos rigor [da Justiça] e isso abrisse caminho para as extorsões prosseguirem. Ele participou [da trama para matar a juíza], sabia que isso ia ocorrer e custeou o crime, já que abriu mão de seu espólio [das extorsões]. A moto e o carro usados no assassinato foram comprados com esse dinheiro ilícito”, disse Ettore.


O advogado de defesa de C.A., R.G.B., buscou desqualificar o depoimento do delegado, dizendo que não há nenhuma prova da participação do policial, além do depoimento dado pelo cabo S.C.J., colega do réu que recorreu à delação premiada para ter redução da pena.

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