O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira que as investigações sobre a formação de cartel no metrô de São Paulo são conduzidas com objetivo"nitidamente político e eleitoral".

O inquérito da Polícia Federal chegou hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF). O caso foi enviado à Corte após surgirem menções a políticos que detêm foro privilegiado. O próximo passo é a indicação de um ministro para assumir a relatoria do caso e decidir pela abertura ou não de investigação formal.

"Nós não temos preocupação eleitoral. Temos preocupação é com a verdade. Esse é nosso compromisso", disse o governador. O tucano afirmou ser favorável a prisões de acusados caso sejam comprovadas as denúncias. "Justiça é para todos, doa a quem doer. O que nós defendemos é investigação isenta contra mentira, contra falsidade. A Siemens fez a delação premiada em sete países, o Estado é vítima disso. Comprovado o cartel, as empresas vão indenizar o Estado. E se tiver algum funcionário, quem seja do governo envolvido será responsabilizado."

Alckmin também citou a suposta adulteração na carta atribuída ao executivo da Siemens Everton Rheinheimer, que aponta nomes de secretários do seu governo e deputados do PSDB, DEM e PPS como beneficiários do esquema de pagamento de propina."Houve uma denúncia que era anônima, apócrifa. Investigue-se, não tem nenhum problema. Depois, se disse que a denúncia envolvia pessoas do PSDB. Foi-se verificar, o texto foi alterado. O texto, quando passou do inglês para o português, foi enxertado, com objetivo nitidamente político e eleitoral", disse.

Tucanos acusam o deputado estadual Simão Pedro (PT) de ter modificado trechos da versão original da carta, em inglês, para incluir o nome de políticos que só aparecem no texto em português. O PT alega que os documentos são distintos e não uma tradução.