O juiz Jaires Taves Barreto, da 2ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher de Belém, conlcuiu a instrução do processo que é acusada A. C. R., 22 anos, feirante, acusada de matar A. 15 anos, estudante da 8a. série. Na audiência realizada nesta quinta-feira, com a participação da promotora de justiça Sumaya Morhy Pereira e a defensora pública Vilma Araújo, foram colhidos os depoimentos da mãe, da vizinha e do então namorado da vítima.

A acusada também foi ouvida em interrogatório e confessou que aplicou a facada fatal na adolescente, mas alegou que teria tirado a faca das mãos da vítima. A versão da ré é que as duas estavam em uma residência onde ocorria um churrasco, quando, após discutirem por ciúmes da vítima, esta teria apanhado uma faca e tentado golpear a feirante. Ainda pela versão da acusada, ela desarmou a adolescente e acabou atingindo-a no pescoço, ferindo-a mortalmente.

Informações do processo dão conta que o crime ocorreu dia 28/02/2010, em plena via pública, na frente de uma residência situada na rua Francisco Xavier, bairro de Canudos, periferia de Belém. Segundo declarações prestadas pela ré, ela e a adolescente tinham um relacionamento conflituoso, "de muito ciúme uma da outra".

As duas teriam se conhecido no bairro de Canudos onde residiam. A mãe da adolescente tentou afastar a filha da relação homoafetiva, mas a estudante manteve por alguns meses o namoro e após passou a namorar um jovem, o que teria provocado ciúmes na autônoma. Informações dos parentes da vítima dão conta de que a ré teria chegado no local, onde a jovem estava, com a faca no cós da calça e atacado a estudante. Uma quinta testemunha, colega de colégio da vítima, que foi arrolada pela representante do MP, não compareceu para depor.

Várias pessoas, moradores da área, presenciaram o crime cometido em plena via pública, mas ninguém quer testemunhar. A promotora de justiça lamentou: “infelizmente temos essa cultura: a sociedade de uma maneira geral entende que não deve se meter nos relacionamentos dos outros, quando na verdade acaba se metendo em situações que não deve e se omite quando tem o dever de contribuir com a Justiça”.