Siro Darlan defende que obra da Delta no TJ-RJ seja alvo da CPMI do Cachoeira

Para senador deve haver relação obscura da Delta com o dinheiro público no caso

Fonte: Jornal do Brasil

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Após o relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontar diversas irregularidades na obra do prédio do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), realizada pela Delta Construções, o desembargador Siro Darlan, do mesmo tribunal, defendeu que o caso seja apreciado pela CPMI do Cachoeira, no Congresso Nacional.


O senador Pedro Taques (PDT-MT), membro da CPMI, concorda com a investigação e, a partir destas novas informações sobre as irregularidades na obra do TJ-RJ, reafirma a necessidade de a Comissão ser prorrogada para além do dia 4 de novembro. Nesta terça-feira (16), um novo cronograma de trabalho da CPMI será decidido em reunião de líderes e deve ser votado na quarta-feira, na reunião administrativa da Comissão. Para que seja adiado o prazo final, são necessárias 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores. Ele defende que o governador do Rio, Sérgio Cabral, seja ouvido.


Conforme o Jornal do Brasil, noticiou, o relatório da corregedoria do CNJ, de 6 de setembro, aponta possível favorecimento à Delta, escolhida em uma licitação dirigida. Constatou ainda aumento de despesas durante a construção da lâmina central do prédio do Tribunal, sem que houvesse mudança que justificasse estes reajustes. Fala também de sonegação de impostos. O relatório começou a ser feito em uma vistoria realizada em março passado, um mês antes de instalada a CPMI no Congresso.


“Fico triste (com o relatório). Acho que o CNJ já está tomando as providências que devem ser tomadas, cabe a ele apurar os responsáveis”, disse Darlan. “Acho pertinente (os responsáveis pelas irregularidades) serem chamados a falar na CPI do Cachoeira, porque o assunto diz respeito à mesma cadeia criminosa. Não só o CNJ está apurando, como interessa a toda a nação a transparência”.


O que todos sabem


Em artigo para o Jornal do Brasil, o desembargador afirmou que o relatório do CNJ “constatou o que todos já sabem”: mostra que "falta de investimento na justiça de primeiro grau, que se traduz em imperfeições nos julgamentos e lentidão". (Para ler o artigo, clique aqui).


Na inspeção do CNJ também são discutidas a suspensão de uma licitação feita anteriormente, na qual a empresa Paulitec Construções Ltda. foi vencedora, e a isenção, irregular, do pagamento do PIS e Cofins.  Os técnicos questionam ainda cinco aditivos que elevaram o preço em quase 25%.


"Um capítulo especial do Relatório fala sobre o furacão Delta que construiu a Lâmina Central que “por razões ainda não bem explicadas” sucedeu a empresa ganhadora da licitação e apresentou um projeto inicial ao custo de R$141.400.000,00 e, “sem que houvesse acréscimo de obra”, recebeu “aditivos em percentual superior a 23%”, concluindo a obra em R$174.817.934,68", diz trecho do artigo.-


Darlan revelou que, em abril, solicitou ao Conselho de Magistratura informações sobre as obras da Delta no TJ-RJ, mas só através da publicação do relatório do CNJ, em 6 de setembro, veio a saber dos detalhes da obra que tinha cobrado do próprio tribunal onde julga.


Convocar Sérgio Cabral


Para o senador Taques, "além de outros, esse motivo do TJ-RJ é um grande motivo para que a CPI seja prorrogada. Deve haver, com certeza, mais uma relação obscura da Delta com o dinheiro público no caso do TJ-RJ”, disse.


Taques lembrou que ainda há 506 requerimentos que precisam ser apreciados pela comissão envolvendo  quebras de sigilo de supostas empresas fantasmas ligadas à Delta e convocações de depoentes. Segundo o senador, o relatório do CNJ demonstra que há relações da Delta no estado do Rio de Janeiro, e por isso o governador Sérgio Cabral, e todos os envolvidos nas operações da Delta no Rio, também deveriam depor sobre na Comissão.


“Entendo que a CPI tenha que ser prorrogada. Vou votar pela prorrogação. Eu defendi que o governador Sérgio Cabral fosse depor na CPMI”, afirmou.

Palavras-chave: Investigação; Obras; Judiciário; Cofres públicos; Operação monte carlo

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3 Comentários

Eda Lima estudante17/10/2012 2:10 Responder

O governador Sergio Cabral sempre aparece envolvido em falcatruas. A população do Rio tem que tomar conhecimento dessa sujeirada do governador. Vamos acabar com tudo isso, chega de roubalheira do dinheiro dos cofres públicos. Basta !!!

José Edvan Santos da Silva advogado17/10/2012 10:10 Responder

Na época das obras irregulares quem presidia o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro era o Desembargador Luiz Zveiter não sei o que vai acontecer tendo em vista que o mesmo desembargador quando era Corregedor do mesmo Tribunal teve seu nome ligado a um concurso fraudado, o concurso foi anulado e o processo só Deus sabe aonde está.

Samuel Teixeira Martins Advocacia17/10/2012 22:48 Responder

Inegável que o posicionamento do Desembargador Siro Darlan e do CNJ é digno de elogios, em razão de observarem irregularidades na relação objeto de comento, efetivamente, buscam esclarecimentos das pessoas vinculadas na relação. Parabéns!

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