SÃO PAULO - O secretário de Justiça do estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, afirmou nesta quarta-feira que as invasões de terra realizadas em abril pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) têm motivações políticas. Neste mês, classificado como "abril vermelho" pelo MST, já foram feitas 11 ocupações de propriedades no campo em território paulista.

- Essas invasões são absolutamente politiqueiras, são invasões em terras produtivas, em áreas que já estão na Justiça - afirmou Moraes, em entrevista ao Bom Dia São Paulo.

Nos últimos dois dias, quatro áreas foram invadidas no Pontal do Paranapanema, o que não ocorria havia dois anos. O MST ocupou uma fazenda em Sandovalina, uma em Santo Anastácio e duas em Presidente Epitácio.

A Justiça já determinou a reintegração de posse em duas propriedades, e o proprietário da área em Sandovalina já pediu ao juiz a retirada dos sem-terra. Na semana passada, áreas foram invadidas nas regiões de Jundiaí e Sorocaba.

A fazenda Santa Fé, em Sandovalina, foi invadida pelo MST pela segunda vez. Nessa área, em setembro de 2002, ocorreu um tiroteio durante a invasão. Ninguém se feriu, mas cinco homens foram presos. Dessa vez, mais de 500 sem-terra invadiram a Santa Fé, e a situação é tranqüila.

O secretário disse que o estado tem um cronograma para assentar os sem-terra. Ele salientou que o MST conhece esse planejamento, mas mesmo assim realizou as invasões. Segundo Moraes, mais de cem mil hectares devem ser destinados para a reforma agrária no estado, mas ainda dependem de autorização da Justiça. A meta é assentar 5 mil famílias até o final do governo Geraldo Alckmin.

- Essas invasões só prejudicam o processo. Paralisam o processo na Justiça e atrapalham a reforma agrária - afirmou o secretário.