Requerida prisão preventiva de Policiais Civis que atiraram em família, em Jacarepaguá
Pensando se tratar de falsa blitz, juiz deu ré com o carro, disposto a fugir de possível assalto. Além do magistrado, sua enteada de 11 anos e o filho de 8 foram atingidos
A 23ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro requereu a prisão preventiva de Bruno Souza da Cruz e Bruno Rocha Andrade, Policiais Civis denunciados pelo crime de tentativa de homicídio contra o Juiz do Trabalho Marcelo Alexandrino e sua família. O carro em que estava o magistrado, a mulher e os filhos foi alvejado por tiros de fuzis disparados pelos policiais, no dia 2 de outubro de 2010. Além do juiz, sua enteada de 11 anos e o filho de 8 foram atingidos.
Ao se deparar, à noite, com homens de preto fortemente armados e um carro vermelho sem qualquer indicação de se tratar de uma viatura policial, no meio da Avenida Menezes Cortes, em Jacarepaguá, Alexandrino, pensando se tratar de falsa blitz, deu ré com o carro, disposto a fugir de possível assalto; os policiais, então, abriram fogo contra o carro, ferindo gravemente alguns dos passageiros, que só não morreram, segundo o MP, devido "à imperícia dos denunciados, que não lograram êxito em atingir todas as vítimas, e ao socorro médico recebido".
Os acusados afirmaram, em um primeiro momento, que haviam atirado para cima e que as balas que atingiram o carro do Juiz teriam sido disparadas por um segundo veículo que passava na hora da "blitz". A versão foi desmentida pelo exame de balística, por Alexandrino e por uma testemunha que passava no local na hora do crime.