Osiris: povo pobre é quem paga alta carga tributária no Brasil

O coordenador da Comissão Especial de Estudo da Carga Tributária Brasileira criada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Osiris Lopes Filho, afirmou hoje (24) que é da maior importância que a sociedade brasileira saiba o que está pagando atualmente de impostos e para onde está indo o dinheiro arrecadado, na forma de gastos realizados pelo Estado.

Fonte: Conselho Federal da OAB

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O coordenador da Comissão Especial de Estudo da Carga Tributária Brasileira criada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Osiris Lopes Filho, afirmou hoje (24) que é da maior importância que a sociedade brasileira saiba o que está pagando atualmente de impostos e para onde está indo o dinheiro arrecadado, na forma de gastos realizados pelo Estado. Ele observou que a carga tributária no Brasil, que está em 37% do Produto Interno Bruto (PIB), é ?elevadíssima?, superior à do Japão e dos Estados Unidos, onde situa-se em 34%.?Enquanto a renda média da população brasileira é muito mais baixa, 10 vezes menor, por exemplo, que a renda do cidadão americano?, disse.

Segundo o coordenador da comissão - que será instalada amanhã, às 11h, na sede do Conselho Federal da OAB -, 65% da arrecadação se concentram hoje em contribuições, que são incluídas no custo final das mercadorias e serviços. Dessa forma, segundo Osiris, quem está arcando com a maior cota dos tributos são os consumidores, ?em sua maior parte, a população operária e pobre do país, o povo trabalhador brasileiro?.

Ao falar hoje sobre a importância da comissão instituída pelo presidente nacional OAB, Roberto Busato, para examinar a carga tributária e suas implicações na vida do consumidor, Osiris Lopes Filho, que foi secretário da Receita Federal e é professor de Direito Tributário da Universidade de Brasília (UnB) e da Fundação Getúlio Vargas, fez o seguinte comentário:

?A carga tributária do Brasil é elevadíssima, considerando a renda média da população. Os cálculos oficiais afirmam que a carga tributária está se aproximando de 37% do Produto Interno Bruto. Ora, essa carga é superior à carga tributária, referida ao PIB, do Japão e dos Estados Unidos, onde não ultrapassa 34%. E a renda média da população do Brasil é muito mais baixa, é dez vezes menor que a renda do cidadão americano.

Além disso, a distribuição da carga tributária é muito perversa com os setores mais humildes, mais pobres da sociedade brasileira. Para se ter uma idéia, hoje, na União, mais de 65% da arrecadação se concentram em contribuições - ainda que o povo pense em impostos. Essas contribuições são incluídas nos custos das mercadorias e serviços e, ainda que pagas pelos contribuintes eleitos pela lei - o industrial, o importador, o comerciante, o produtor rural -, elas são transferidas como custos no preço final das mercadorias. Então, quem absorve isso são os consumidores do País. E a maior parte dos consumidores é a população operária, a população pobre do País.

Portanto, a carga tributária brasileira é mal distribuída, o sistema é de má qualidade e quem absorve essa carga tributária, no fundamental, é o povão, o povo brasileiro, o povo trabalhador.

Dessa forma, é muito importante que a OAB crie essa comissão porque, dentre as entidades da sociedade civil, é a que tem se destacado mais na defesa do cidadão brasileiro, da sua liberdade. E agora a OAB está interessada em determinar realmente qual a intensidade da carga tributária no País e quem é que paga, efetivamente, o sustento do aparelho estatal no Brasil. O trabalho vai dimensionar também a quem beneficia as aplicações desses recursos, ou seja, a quem está beneficiando o gasto realizado pelo aparelho estatal".

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2 Comentários

Lya Advogada25/01/2005 16:53 Responder

Alguem tem que reagir. Se a OAB conseguir mudar o que vem torto há muito tempo, a vida do trabalhador vai melhorar.Ele poderá gastar mais, o conercio girará mais, etc...Ah! Ia esquecendo...Fiscalizar gastos absurdos de governos também valerá e muito.

Francisco Dorneles Lima funcionario público Auditor Fazendário25/01/2005 17:26 Responder

Concordamos com as palavras do Dr. Osires Lopes Silva, acerca da CTB e acreditamos no seu ponto de vista, mesmo porque Ele é uma pessoa qualificada e de credibilidade para discorrer sobre o tema. Na verdade, a Carga Tributária Brasileira é escorchante, mal distribuída e injusta. Não há nem como compará-la com a CT de alguns países, como o Japão, EUA, Dinamarca e outros. Lá a semelhança com a nossa é apenas no percentual e, nem de longe, temos o retorno em forma de bens e serviços que os povos de lá têm. Referimo-nos aos serviços públicos ofertados à comunidade como um todo. Veja-se que, no Brasil, não se tem segurança pública eficiente, não se tem escola pública de qualidade, não se tem saúde, não se tem estradas, etc. Se quisermos alguns desses serviços temos que buscá-los na iniciativa privada, pagando por cada um deles. Assim acontece com a Escola dos nossos filhos, ao termos que matriculá-los num estabelecimento particualr de ensino; o mesmo acontece no item saúde, pois somos obrigagdos pela obviedade a aderirmos aos planos de saúde, pagando muito caro pelo serviço.Se quisermos desfrutar do conforto do nosso próprio lar, temos que contratar uma empresa de segurança que nos forneça circuito interno de tv, cerca elétrica e outros itens pertinentes. Por tudo isso, não nomeio a CTB como sendo a maior do mundo, ao mesmo tempo que considero irreal os 37% propagado em prosa e em verso por alguns entendidos do assunto. O cálculo que é utilizado para aferir a CTB é ineficiente e omisso. Francisco Doneles Lima é graduado em Ciências Contábeis, Especialista em Administração Fazendária e Auditor A. do Tesouro Estadual SEFAZ CE

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