MPF/MG: Justiça recebe denúncia contra quadrilha que explorava caça-níqueis em BH

Nove pessoas, investigadas pela Operação Fim de Jogo, irão responder pelos crimes de contrabando e lavagem de dinheiro

Fonte: MPF

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A Justiça Federal recebeu denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra nove pessoas, que irão responder pelos crimes de formação de quadrilha, contrabando e lavagem de dinheiro.


Os denunciados fazem parte de uma organização criminosa voltada para a exploração de máquinas eletrônicas contrabandeadas (caça-níqueis) no Estado de Minas Gerais e no Distrito Federal. Sua atuação foi desvendada pela Oeração Fim de Jogo, realizada em junho do ano passado.


Essa operação, por sua vez, foi um desdobramento da Operação Safári, que, devido ao grande número de pontos de instalação e operação ilegal das máquinas caça-níqueis, foi desmembrada em vários outros inquéritos policiais.


A denúncia do MPF relata que, entre os meses de junho e dezembro de 2010, foram apreendidas em Belo Horizonte e região metropolitana 215 máquinas caça-níqueis, que eram utilizadas para a exploração clandestina de jogos eletrônicos de azar. Os equipamentos estavam programadas para sempre darem lucro à quadrilha. Ou seja, "em que pese a suposta possibilidade de se ganhar dinheiro apostando nas tais máquinas, tal situação nunca ocorria".


Estima-se que a quadrilha faturava algo em torno de R$ 1 milhão por mês nos 61 pontos de exploração de máquinas caça-níqueis situados em diversos endereços, especialmente na região central da capital mineira. Diariamente, motoqueiros contratados pelo bando percorriam os diversos pontos de exploração das máquinas recolhendo centenas de reais de cada uma delas.


De acordo com o MPF, os acusados especializaram-se na prática dos delitos de corrupção, concussão, contrabando e exploração ilegal de jogos de azar, além de envolvimento com o tráfico de drogas.


Ao longo das investigações, descobriu-se que a atividade criminosa girava em torno da BH Loterias e da MG Loterias, duas das maiores exploradoras de jogo do bicho da capital mineira. Os chefes da quadrilha, W.A. e W.M., ocupavam os pontos dessas loterias com a finalidade de explorar as caça-níqueis contrabandeadas. Os gerentes do grupo criminoso - W.R.S., I.C.L., F.O.C. e A.H.M. - ocupavam posto imediatamente inferior aos chefes e atuavam na operacionalização e fiscalização das atividades ilegais.


O bando ainda contava com a participação de R.A B.X. e A.L.M.C., técnicos responsáveis pela montagem e manutenção das máquinas caça-níqueis, e de M.C.L., responsável pela contratação e fiscalização do trabalho dos gerentes.


Para dissimular a origem dos recursos obtidos de forma ilícita, os acusados mantinham empresas de fachada onde lavavam o dinheiro obtido com as caça-níqueis. Uma das empresas, por exemplo, cujo capital social era de apenas R$ 5 mil, teria movimentado, somente no ano de 2010, mais de R$ 400 mil.


A suspeita é de que a quadrilha, apesar das constantes fiscalizações policiais, atuava de modo ininterrupto há pelo menos quatro anos.


As penas para os crimes de contrabando, lavagem e quadrilha, somadas, podem chegar a 20 anos de prisão.

 

Ação Penal nº 3320-22.2012.4.01.3800

Palavras-chave: Denúncia; Caça-níquel; Quadrilha; Contrabando;

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