MP do mínimo só deve ser votada em julho
A morte do ex-governador Leonel Brizola poderá levar o governo a votar o salário-mínimo na Câmara dos Deputados somente na primeira semana de julho.
BRASÍLIA - A morte do ex-governador Leonel Brizola poderá levar o governo a votar o salário-mínimo na Câmara dos Deputados somente na primeira semana de julho. O presidente da Câmara, João Paulo Cunha, decidiu adiar a votação, prevista inicialmente para esta terça-feira, logo depois de saber do falecimento de Brizola. Como a quarta-feira é véspera do Dia de São João - quando tradicionalmente a bancada nordestina está em suas cidades de origem, participando das festas - não deverá haver quorum.
Mas os líderes aliados ponderam que a próxima semana será a última das convenções partidárias para as eleições municipais, o que também deverá reduzir o número de deputados na casa e poderá prejudicar a aprovação da medida provisória. Assim, a votação pode ficar para julho.
Todos os ministros e lideranças que deixaram a casa do presidente da Câmara, João Paulo Cunha, afirmaram que a reunião da base sobre o salário-mínimo corria bem, com promessas de votos na proposta do governo, mas a notícia da morte de Brizola levou o governo a decidir imediatamente pelo cancelamento da votação.
Somente nesta terça, João Paulo deve marcar a nova data. A avaliação dos governistas é que o governo já dispõe dos votos necessários para restaurar o valor de R$ 260 - derrubado no Senado.
O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, afirmou, na madrugada desta terça-feira, que o governo não está preocupado com o calendário de votação da medida provisória.
O líder do PT na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), admitiu que pode haver atraso no calendário de votações da Câmara por causa da morte de Brizola.
Sobre a possibilidade de os trabalhos da Câmara serem estendidos além de 8 de julho, Chinaglia disse que essa é uma questão em aberto. Segundo ele, foi feito um acordo com todos os líderes para que os deputados trabalhem até dia 8.
- Qualquer outra hipótese vai depender de uma nova rodada de negociação - afirmou.