Ministério Público e OAB se opõem a redução da maioridade penal

Órgãos argumentaram que propostas são inconstitucionais

Fonte: G1

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Convidados pelo Senado para debater a redução da maioridade penal, a Ordem dos Advogados do Brasil e o Ministério Público se posicionaram contra as propostas que tramitam na Casa que permitem prender menores de 18 anos que cometerem crimes. Para a OAB, propostas assim não ajudam a combater a criminalidade; já para o MP, a redução fere a Constituição e o Estatuto da Criança e do Adolescente.


A audiência pública que ouviu representantes dos dois órgãos foi motivada por três propostas de emenda à Constituição que tramitam na Casa e estão prestes a serem votadas pela Comissão de Constituição e Justiça.


O presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, afirmou que a medida não trará os resultados esperados pela sociedade. "[A proposta] Não é adequada para o fim que se destina, ou seja, para diminuir a criminalização. O sistema penal brasileiro não cumpre com o seu papel”, argumentou, ressaltando que as prisões no país não ressocializam o detento.


Ele ainda citou normas da própria Constituição e do Estatuto da Criança e do Adolescente que proíbem a punição penal de menores de 18 anos.


Na mesma linha, a procuradora federal Raquel Elias Dodge afirmou que a ressocialização e recuperação dos adolescentes infratores depende de medidas educativas e não punitivas. Ela sugere a implementação de programas que obriguem o menor infrator a concluir os estudos durante a internação.


“No final, o objetivo da norma é recuperar este jovem e não punir. Permitir que ele tenha uma vida sadia, um futuro”, argumentou.


A procuradora também reforçou o argumento da OAB. “Torná-los [os menores de 18 anos] putáveis significa subtrair um direito que eles têm assegurados”, completou.


Autor e relator a favor


Presente na audiência, o autor de uma das propostas, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), disse que um menor de 18 anos pode ser capaz de discernir a gravidade de seus atos. Prova disso, segundo o senador, aos 16 anos o adolescente já pode exercer diversos atos civis.


“Ao poder votar o adolescente é cidadão. Pode exercer direitos. Ele pode trabalhar, ser testemunha”, mencionou. O senador ainda afirma também que “as atuais medidas não são suficientemente intimidadoras. Não surtem efeito”.


O relator das propostas de redução da maioridade penal, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) evitou se posicionar a favor ou contra o assunto na audiência. Ele argumentou, contudo, que as propostas não ferem a Constituição, como alegaram a OAB e o Ministério Público. “Não se pode debater uma medida como esta apenas em cima da inconstitucionalidade”, afirmou.


Em seu relatório, no entanto, elaborado em abril deste ano, Ferraço se mostrou favorável a uma das propostas, de autoria de Aloysio Nunes. Em seu parecer, ele escreveu que a proposta é um "instrumento inteligente e eficaz" para que promotores e juízes possam distinguir "casos de criminosos jovens, na vida dos quais o ato criminoso consubstancia um infortúnio relacionado à imaturidade, e aqueles em que o crime reflete uma corrupção irreparável".


Propostas


A proposta de Aloysio Nunes, a PEC 33/2012, exclui a inimputabilidade em menores de 18 anos no caso de crimes de alta gravidade, como tortura, terrorismo, tráfico de drogas e homicídio. Mas para punir, seria necessário comprovar que o menor compreendia o caráter criminoso da conduta. Pela proposta, a pena ainda deverá ser cumprida em estabelecimento diferente de onde ficam presos maiores de 18.


Outra proposta de redução da maioridade, a PEC 74/2011 estabelece que, nos casos de crimes de homicídio doloso e roubo seguido de morte, já poderiam ser punidos penalmente maiores de 15 anos. A outra proposta, PEC 83/2011, propõe maioridade penal e civil geral para maiores de 16 anos, para que adolescentes não só respondam a crimes como também possam casar, viajar e celebrar contratos sem autorização dos responsáveis.

Palavras-chave: Ministério Público OAB Redução Maioridade Penal Argumentos Propostas

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9 Comentários

jose Agente de Seg. Penitenci?rio20/06/2013 21:36 Responder

Em primeiro lugar, quem manda neste país é o povo, e se ele quer a maioridade Penal aos 16 anos, é bom os Senhores atender a Sociedade, os Senhores não são os donos da verdade, além de não sofrer o que o Povo vem sofrendo com os que os senhores consideram Bebes, ( Assassinos). Se negarem a aceitar, com certeza iremos as ruas, e muita coisa pode acontecer, e sem necessidade, já que em pesquisa, mais de 90% dos brasileiros é a Favor, a minoria com certeza é das Igrejas, e elegem muitos políticos que são contra. se realmente estão em duvidas, é só fazerem um referendo, e aceitar o resultado. Por favor parem com esta historia de causa Petrea, o mundo muda, porque não a maioridade penal. O que os preocupa é outra coisa, e eu imagino o que é, mas o que proteger é uma Otopia, pergum a elas. um Abraço.

jose roberto araujo advogado20/06/2013 23:45 Responder

Quando se trata de assunto de repercussão nacional, como é o caso da redução da maioridade penal, deveria haver uma consulta popular para os representantes de classe tomar uma posição. Está patente que o anseio da população, como da maioria dos advogados deste país como também dos membros do MP é no sentido de reduzir e colocar estes menores criminosos na cadeia. Falta cadeia? então obriga o poder público construir presídios, porque dinheiro tem. Não procede a alegação de ferimento a Constituição e ao Estatuto. O STF não deu satisfação para a Constituição ao autorizar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, pois com uma canetada ignorou o artigo 226. Deixem de hipocrisia. O povo está nas ruas, querem sim acabar com a impunidade dos menores. Somente os cegos de conveniência é que não enxergam que a impunidade fez aumentar a criminalidade entre os menores que calçam 40. Vamos apoiar a redução da maioridade penal, chega de assistirmos menor de 14 anos acima, calçando 40 matar pais de família e outros inocentes mais, e em pouco tempo estar livre como se nada tivesse acontecido. Havendo risco de ser preso por longos anos, inibe sim o menor de enveredar pelo crime, mas a impunidade estimula. Deixo registrado que o posicionamento da OAB sobre este assunto não é o meu posicionamento.

cesar augusto advogado 21/06/2013 7:41

Colega Dr. José o seu e o meu posicionamento são os mesmos, e a OAB está indo contra a sociedade, e já se manifestou também na PEC 37 no sentido de defender a impunidade caminhando na contramão do que a população espera de homens e entidades públicas que deveriam representar e defender os seus interesses. Estou vendo que o povo é o marisco nesta história, e não vai ser ouvido o seu clamor. Estamos presenciando no país manifestações violentas organizadas por entidades internacionais que atuam de forma oculta, defensora de direitos humanos, mas o seu propósito é de só tumultuar e prejudicar os trabalhadores, e defender os baderneiros, vândalos causando mais prejuízos ao patrimônio publico e privado, e estes baderneiros ou bandidos são soltos pela justiça. Esta impunidade toda é que revolta as pessoas bem e por isso existe uma libertinagem no país com passeatas a favor da maconha, passeatas gays que ferem as famílias, menores matando sabendo muito melhor os seus direitos do que muitos advogados, esta proposta indecente da PEC 37, Foro Privilegiado para bandidos que estão no poder, então o que podemos esperar mais desta nação a não ser a baderna, anarquia com aval dos três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário. QUE VOLTE A DITADURA QUE PELO MENOS VAMOS TER UM POUCO DE ORDEM E SABEREMOS QUEM SÃO OS CULPADOS. O BRASIL ESTÁ VIRANDO A CASA DA MÃE JOANA, E PEÇO DESCULPAS AS JOANAS DESTE PAÍS.

Carlos Alberto Diniz Bacharel em Direito e T?cnico em Inform?tica21/06/2013 9:47 Responder

Ah é... E lá vem as viúvas da ditadura militar: talvez vocês também gostariam de revogar a Lei Áurea, a Lei Afonso Arinos. Nossa, você são demais mesmo: não aprenderam nada de Constitucionalismo, direitos do Homem, entre outros temas. Sou parte do Povo Brasileiro e gente como vocês não me representam. Deveriam trabalhar para o Taleban e para os dirigentes da Arábia Saudita e da Turquia.

cesar augusto advogado 21/06/2013 10:34

ACHO QUE NEM TEU E TUA MÃE VÃO TE REPRESENTAR QUANDO FOR PRESO POR BANDIDAGEM E VANDALISMO. VOCE É BRASILEIRO MESMO? VOCE JÁ ESTUDOU DIREITO CONSTITUCIONAL? O QUE VOCE ENTENDE POR DIREITOS E DEVERES DO HOMEM? VOCE É SIMPLESMENTE UMA CRIANÇA REBELDE QUE DEIXOU DE USAR CHUPETAS RECENTEMENTE. VÁ TOMAR A SUA MAMADEIRA DE LEITE MOCOCA.

Gerson Advogado21/06/2013 17:46 Responder

Não lembro da OAB ter feito uma consulta junto aos Advogados para sacramentar essa posição. Meia duzia de dirigentes que se alvora, sem consulta, em porta voz do todo.

Dil Advogada22/06/2013 17:57 Responder

O povo espera simplesmente um resultado diferente do q esta acontecendo, não são voces MP e OAB QUE VEM SOFRENDO A VIOLÊNCIA DESTES MENORES INFRATORES COMO VOCES MESMO OS CHAMA, porque voces ficam no seus pedestral so olhando de cima pra baixo e o povo sendo punido, ou seja os menores não pode ser punidos mais o povo sim, as pessoas de bem, porque esses individuo deve ser punido sim. Isso pode não resolver por completo todo o problema mais vai amenizar. Pensa senhores um pouquinho na sociedade, um menor de 16 anos e um homem feito ou uma mulher feita, esses jovem de hoje não tem a inocência digamos assim dos jovens de 1940, pensa pensa nisso, o povo não aguenta mais, nos queremos mais segurança. Nos sabemos que não vai resolver tudo, mais vai ajudar , e logico o governo que constroi mais centros de reabilitação com estruturas adquada a estes individuo, e deixa de consumir as verbas destinadas a esse fim.Enfim, deve sim haver a redução da menoridade penal.

Dil Advogada22/06/2013 18:06 Responder

CORREÇÃO!!! PERDÃO, E QUE DEVE HAVER A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL SIM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Jose Augusto Vieira Advogado22/06/2013 21:35 Responder

A elite política está de costas para a vontade popular. Há previsão legal para consulta popular. Por que motivo proteger menores que cometem crimes bárbaros de modo até pior que um adulto. Por que motivo não separar o crime e a atrocidade para menores que são sabidamente perversos e revelam um caráter perigoso para o convívio social. Forçar a sociedade a engolir um menor criminoso é o mesmo que dizer aos cidadãos que menores tem direito de matar e ficar impunes. É isso o que esses senhores querem proteger tanto. Quem sabe usarão sofismas e problemas causados por camadas sociais indiferentes aos reclamos dos que sofrem com as perversidades? É preciso que o tipo de crime seja considerado. Separem-se os crimes hediondos para serem punidos a partir de 16 anos, ao menos. É o razoável. É o que os cidadãos querem e devem obter legitimamente.

Luiz Carlos Ramos Administrador25/06/2013 10:30 Responder

NEM MINISTÉRIO PÚBLICO, NEM OAB, QUEM TEM QUE DECIDIR É O POVO. OS PARLAMENTARES TEM QUE OUVIR A VOZ DO POVO / NÃO SÓ FICAR COM BANCADA DISSO BANCADA DAQUILO, VOTAÇÃO POR GRUPO, E POR AI A FORA. C H E G A.

JOÃO CARLOS DE SOUZA XIMENES sua profissão18/07/2013 17:39 Responder

Nenhum dos dois tem procuração do povo para decidir alguma lei nova no país. Têm que aceitar o que o povo quer e ficar calados. Vocês gostam muito é de defender bandidos maiores ou menores. Fechem as suas bocas. Proponho aindaqeu advogados e defensores de direitos humanos que fique em delegacia para defenderem baderneiros, saqueadores e demais marginais sejam retirado do local pela população a baixo de porrada.

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