Magistrados manifestam preocupação com a eficácia das decisões judiciais na área criminal

Com a falta de vagas nos presídios, principal causa da problemática, as decisões judiciais acabam não tendo eficácia do ponto de vista prático

Fonte: TJRS

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Os Desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) manifestaram nesta terça-feira (11) grande preocupação com a situação do sistema prisional gaúcho. Segundo eles, com a falta de vagas nos presídios, principal causa da problemática, as decisões judiciais acabam não tendo eficácia do ponto de vista prático. Com isso, os julgadores são obrigados a recorrerem a outras medidas paliativas, como a prisão domiciliar e o uso de tornozeleiras.


Antes de conversar com representantes da imprensa, os Desembargadores estiveram reunidos por duas horas com os Juízes da Vara de Execuções Criminais da Região Metropolitana ? Luciano André Losekann, Paulo Augusto Oliveira Irion, Sidinei José Brzuska e Alexandre de Souza Costa Pacheco. Os Juízes expuseram os principais problemas enfrentados nas casas prisionais, como superlotação, falta de higiene e limpeza, fugas reincidentes, domínio das facções criminosas, entre outras deficiências.  


Estamos extremamente preocupados com o abandono do sistema prisional do Rio Grande do Sul, cuja estrutura está totalmente sucateada, afirmou o Desembargador José Conrado Kurtz de Souza. As nossas decisões são de papel. Os meios materiais para a execução das penas não são oferecidos. O que existe é uma ineficiência, inoperância e abandono do sistema carcerário, completou ele.


Os magistrados destacaram que Porto Alegre e Região Metropolitana concentram o maior número de detentos e também as principais falhas. Só no Presídio Central, atualmente são mais de 4,3 mil detentos para 2.069 vagas. Eles estimam que, em todo o Estado, o déficit seja de cerca de 10 mil vagas.


Para o Desembargador José Antônio Daltoé Cezar, o regime semiaberto, como se encontra atualmente, é um incentivo à fuga. O monitoramento feito através das tornozeleiras eletrônicas funcionou num primeiro momento. Os detentos já acharam uma forma de burlar o sistema e a fiscalização não dá conta. O uso das tornozeleiras não é uma opção do magistrado. Só se aceitou essa situação porque não há condições no sistema carcerário.

Palavras-chave: direito público decisões judiciais

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