Justiça do Trabalho instala, na sexta-feira, Vara em Redenção

A Justiça do Trabalho vai inaugurar, na próxima sexta-feira (25), a Vara do Trabalho de Redenção.

Fonte: Notícias do Tribunal Superior do Trabalho

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A Justiça do Trabalho vai inaugurar, na próxima sexta-feira (25), a Vara do Trabalho de Redenção, destinada a atender com prioridade as causas dos trabalhadores submetidos à condição de escravo nas fazendas localizadas no sul do Pará. Será um grande reforço para o combate do trabalho escravo, afirma o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Vantuil Abdala, que confirmou presença na solenidade em Redenção, marcada para as 12h.

Para Vantuil Abdala, a criação dessa Vara, por iniciativa do Tribunal Regional do Trabalho do Pará (8ª Região), numa região onde é alta a incidência de trabalho escravo, tem um significado emblemático para todas instituições governamentais e não-governamentais que combatem essa prática. É um avanço para todos nós, avaliza a secretária de Inspeção do Trabalho, Ruth Vasconcelos Vilela, que coordena o grupo especial de fiscalização móvel encarregado de resgatar, nas regiões mais inóspitas do País, trabalhadores em situação de escravo.

A ação desse grupo especial permitiu que, de janeiro a junho deste ano, fossem resgatados mais de 900 trabalhadores nessas condições. Os 457 libertados até maio receberam, a título de salários atrasados e outras verbas trabalhistas, R$ 928,2 mil. Ruth Vilela destaca que o trabalho integrado do Estado e de organismos não-governamentais, como a Comissão Pastoral da Terra, tem sido fundamental nos progressos registrados na luta contra o trabalho escravo. ?Sempre que precisamos, inclusive nos momentos de tensão e angústia, contamos com o apoio do Tribunal Superior do Trabalho, afirma Ruth Vilela.

A 1.300 quilômetros da capital paraense, pela rodovia Belém-Brasília, pólo de desenvolvimento do sul do Pará, o município de Redenção, criado em 1982, concentra os conflitos da ocupação agrária desordenada e do desmatamento de área para a criação de gado e a exploração de madeira. Por essas características, a região tornou-se um ambiente propício da prática de trabalho escravo, diz Ruth Vilela.

A coordenadora do grupo especial de fiscalização afirma que o trabalho escravo representa a negação de todos os direitos,não só os trabalhistas. É a negação da cidadania. "Essas pessoas nascem sem certidão de nascimento e, muitas das vezes, morrem sem certidão de óbito. São pessoas invisíveis para a sociedade e mão-de-obra descartável para os que lucram com essa prática. É muito triste e revoltante. Felizmente temos o apoio dos parceiros, a exemplo do TST."

?Essa Vara é um ganho para o Brasil e para a sociedade do Pará, afirma a delegada regional do trabalho do Pará, Socorro Gomes, que coordena a campanha regional de erradicação do trabalho escravo, lançado em novembro do ano passado em Redenção. É uma vitória estratégica para todos nós, comemora. É muito importante que o poder público esteja presente nos locais mais recônditos do País e principalmente na região que até recentemente era conhecida como império do crime, enfatiza.

Socorro e todos os integrantes da Câmara Regional de Combate ao Trabalho Escravo, que será instalada em Marabá na quinta-feira (24), estarão presentes à instalação da Vara de Redenção. Eles representam as instituições que trabalham integradas: DRT, Procuradoria Regional do Trabalho, Ministério Público Federal, Ibama, Incra, Polícia Federal, Advocacia Geral da União, Justiça Estadual e bancos estaduais.

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