Justiça condena dez dos 11 réus presos pela Operação Anaconda
Terminou nesta sexta-feira o julgamento dos 11 réus acusados de participar de um esquema de venda de sentenças na Justiça federal desmontado pela Operação Anaconda.
Terminou nesta sexta-feira o julgamento dos 11 réus acusados de participar de um esquema de venda de sentenças na Justiça federal desmontado pela Operação Anaconda, da Polícia Federal. Depois de quatro dias de trabalho, o órgão especial do Tribunal Regional Federal (TRF), em São Paulo, condenou dez dos 11 réus por formação de quadrilha, crime para o qual a pena máxima é de três anos. No ano que vem, os mesmos réus serão julgados por mais outros crimes: corrupção passiva e falsidade ideológica.
O único réu absolvido foi o corregedor da Polícia Federal (PF) Dirceu Bertin. O juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, apontado como um dos chefes do esquema, foi condenado por unanimidade a três anos de prisão. Sua ex-mulher e auditora fiscal da PF, Norma Regina Cunha, foi condenada também por unanimidade a dois anos e seis meses de prisão.
Dos réus, seis foram condenados por unanimidade: além de Rocha Mattos e sua ex-mulher, os delegados da PF José Augusto Benini e Jorge Luiz Bezerra da Silva foram condenados cada um a três anos de prisão; o agente da Polícia Federal César Herman Rodrigues foi apontado pela relatora do processo como um dos cabeças da operação e também foi condenado a três anos; e o delegado Afonso Passarelli Filho foi condenado a dois anos.
O juiz federal Cassem Mazloum foi condenado por 11 votos a quatro, e terá a pena transformada em prestação de serviços à comunidade. Ele terá que doar uma cesta básica por mês, no valor de seis salários-mínimos. O delegado Carlos Alberto da Costa Silva foi condenado a dois anos de prisão por 14 votos a 1. Dois empresários também foram condenados. Sérgio Chiamarelli Júnior foi condenado por 14 votos a 1 a 1 ano e 9 meses de prisão e Vagner Rocha, também por 14 votos a 1, a 2 anos e 3 meses de detenção.
Esse é o maior julgamento do Tribunal Regional Federal em todo país. O juiz Ali Mazloum, que conseguiu hábeas-corpus do STF (Supremo Tribunal Federal) e escapou deste julgamento, deve ser julgado ainda por ameaça e abuso de poder.