Juiz aguarda inquérito sobre menina torturada

Fonte: TJGO

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O juiz José Carlos Duarte, da 7ª Vara Criminal de Goiânia, homologou os autos de prisão em flagrante da empresária Sílvia Calabresi e da empregada doméstica Vanice Maria Novais, e determinou que se aguarde o inquérito que apura o envolvimento delas no crime de tortura e cárcere privado da garota L., de 12 anos. As duas foram presas na segunda-feira passada (17), no prédio onde Silvia e a vítima moravam.

Vanice e a empresária estão sendo mantidas em celas individuais na Casa de Prisão Provisória (CPP). Segundo investigações preliminares, a menina sofria maus tratos executados ora por Silvio ora por Vanice, a mando da patroa. Entre outras agressões, L. era obrigada a comer fezes e urina de animais, a trabalhar exaustivamente, passava dias sem comer, teve a lingua recortada com alicate e as unhas dos pés e das mãos igualmente machucados. Também era freqüentemente amarrada com as mãos para cima em uma área próxima à escada, onde permanecia por horas.

Após a prisão de Silvia, vêm surgindo outras garotas que afirmam terem sido vítimas dela também. Em razão disso, o juiz José Carlos Duarte, que presidirá a provável ação penal no caso disse que está evitando ler os jornais e se informar a respeito, bem como comentar o assunto. ?Vou aguardar o inquérito e a denúncia, caso venha. Não quero saber de possibilidades, de cogitações pois terei de me ater ao fato concreto, ao que as investigações conseguirem provar?, observou.

Entrevista

Na quinta-feira passada (20), o juiz da Infância e da Juventude, Maurício Porfírio Rosa, permitiu que L. Participasse de uma coletiva na Sala de Inquirição Especializada em Oitiva de Crianças e Adolescentes, do Poder Judiciário de Goiás, avisando que esta seria a última entrevista da garota que, a seu ver, tem sido muito exposta na mídia. Na ocasião, L. relatou que os maus tratos ocorreram durante os últimos dois anos.

Por meio de videoconferência, nesse período era obrigada a fazer trabalhos domésticos e cuidar do filho mais novo de Silvia, de 3 anos. A partir de novembro do ano passado, L. passou a ser torturada. Conforme se lembrou, desde então Silvia costumava deixá-la amarrada, colocava sacolas de plástico em sua cabeça para sufocá-la, batia com o martelo nos dedos de seus pés, apertava os dedos de suas mãos na porta e enfiava tesoura em seu nariz. Na seqüência de atos cruéis, a empresária puxava a língua da garota com alicate, queimava-a com ferro de passar roupa e a amordaçava, passando pimenta em seus olhos e língua. A entrevista concedida por L. foi acompanhada por uma psicóloga e uma assistente social do Juizado da Infância e Juventude, em uma sala do 9º andar do Fórum de Goiânia.

Palavras-chave: tortura

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1 Comentários

maria inês tolaini advogada26/03/2008 11:30 Responder

E os pais dessa pobre criança? São certamente culpados de omissão e devem responder.

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