BRASÍLIA - Em discurso em seminário promovido pelo PL, o vice-presidente da República, José Alencar, disse nesta segunda-feira que sempre defendeu a realização da reforma agrária no país e admitiu que até agora o governo Lula não começou a fazê-la. Alencar disse que o governo precisa criar um modelo de reforma agrária que ofereça saúde, educação e orientação tecnológica e comercial para que os assentamentos dêem certo. Ele citou as cooperativas de produtores como uma boa alternativa para o sucesso dos assentamentos e disse que sem condições tecnológicas as pequenas propriedades não têm como dar certo.

- Era importante um modelo e multiplicá-lo pelo país, sem briga. O brasileiro é um povo pacato e ordeiro. Agora, nós, com toda boa vontade que há, e há muita, nós ainda não conseguimos iniciar uma - afirmou.

Alencar voltou a falar de juros e disse que as altas taxas prejudicam os investimentos em todas as áreas, como na reforma agrária. Segundo ele, o país não está quebrado, mas os juros altos impedem os investimentos e paralisam o crescimento.

- Ninguém precisa ter medo de reforma agrária. Ela é de interesse nacional se for conduzida de forma correta. E de onde virão os recursos? Da queda de juros. No ano passado pagamos quase R$ 150 bilhões e sobraram R$ 4 bilhões para investimentos. Se reduzíssemos a um terço os juros, ainda assim seriam as mais altas do planeta, mas teríamos folga fiscal para investimentos. Ao contrário do que alguns propagam, o Estado brasileiro não está quebrado, está sim sendo depauperado pelas altas taxas de juros - disse alencar, sendo muito aplaudido pelos participantes do "Fórum nacional para um projeto de Estado", na Câmara dos Deputados