O Tribunal do Júri de Ceilândia vai julgar nesta segunda-feira (26/06), a partir de 8h30, o réu Auricélio Gomes de Oliveira. Ele é acusado de tentar matar a ex-companheira Maria Aline Marinho Melo, com quatro golpes de faca, inclusive no abdômen da mulher, que estava gestante. Ela escapou com vida porque recebeu atendimento médico imediato. O bebê foi abortado um mês depois, após uma queda da mãe.

O crime aconteceu no dia 11 de junho de 2008, por volta de 19h, na Ceilândia/DF. O Ministério Público sustenta que o acusado sabia que a ex-mulher estava grávida e que a agrediu porque ela se recusava a reatar o relacionamento. Eles viveram quatro anos juntos e estavam separados havia dois meses.

Segundo informações do processo, o acusado passou algum tempo insistindo em reatar com a vítima. Inconformado com a decisão da ex-mulher em manter a separação, passou a demonstrar ciúmes e a ameaçá-la de morte, caso iniciasse algum namoro. Nos autos, consta que "após muita insistência do denunciado que dizia apenas querer conversar com a vítima, essa aceitou recebê-lo e, enquanto dialogavam normalmente na frente da casa da vítima, o denunciado, de súbito, sacou de uma faca e desferiu vários golpes contra a vítima com o instrumento, evadindo-se, em seguida, do local".

Os exames realizados na vítima, à época do aborto, atestaram que a agressão sofrida pela mãe não resultou na aceleração do parto, nem na morte do bebê. Diante disso, o juiz absolveu o réu da acusação de ter provocado o aborto. Ele está preso e será julgado por tentativa de homicídio duplamente qualificado por "motivo fútil" e por ter cometido o crime "à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido". O crime está previsto no artigo 121, § 2º, incisos II e IV, c/c artigo 14, inciso II, do Código Penal.

Nº do processo: 2008.03.1.021310-8