Advogado de atropelador diz que PMs não o deixaram ir para delegacia. Advogado diz que ele parou para prestar socorro a Rafael Mascarenhas

PMs teriam desfeito local onde ocorreu acidente com filho de Cissa Guimarães.

Fonte: G1

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PMs teriam desfeito local onde ocorreu acidente com filho de Cissa Guimarães.

O advogado de Rafael Bussamra, jovem que confessou ter atropelado o músico Rafael Mascarenhas, filho de Cissa Guimarães, disse nesta segunda-feira (26) que seu cliente parou para prestar socorro após o acidente. O jovem prestou novo depoimento, nesta manhã, na 15ª DP (Gávea), que durou cerca de duas horas e meia.

O advogado Spencer Levy informou ainda que Rafael ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no telefone 192. ?Os próprios amigos do Rafael Mascarenhas disseram em depoimento que o Rafael Bussamra prestou socorro?, acrescentou.

Ainda segundo o advogado, foi nesse momento que os policias militares Marcelo Leal e Marcelo Bigon chegaram ao local do acidente, dentro do Túnel Acústico, que liga São Conrado à Gávea, na Zona Sul. ?Os PMs encostaram ao lado do carro do Rafael dizendo que ele tinha que ir para a delegacia. Os policiais nem se preocuparam em saber como estava o Rafael Mascarenhas?, contou Levy. ?Os PMs falaram: ?Você já ligou e o socorro está vindo. Agora, temos que ir para a DP??, complementou o advogado.

Advogado diz que cliente se sentiu coagido

No caminho, a menos de 100 metros da delegacia da Gávea, os policiais mandaram Rafael Bussamra parar em um posto de gasolina na Praça Santos Dumont. "Nesse momento os policiais começaram a mudar a conduta", afirmou Spencer. De acordo com o advogado, um dos policiais militares falou para o jovem: "Vocês não vão para a delegacia porque eu já desfiz o local do acidente. Se vocês forem para a delegacia agora, vocês vão me queimar e se ferrar juntos.?

Levy contou que, diante da afirmação dos PMs, Rafael Bussamra se sentiu ameaçado coagido, e ligou para o pai vir ajudar. ?O Rafael ficou com medo. A família toda está com medo. A gente sabe muito bem como é a PM hoje em dia. No fim de semana um rapaz se recusou a dar uma propina de R$ 200 e foi espancado?, afirmou o advogado, se referindo ao episódio em que um motorista prestou queixa afirmando ter sido agredido por PMs, no fim de semana.

Um terceiro PM pode estar envolvido

De acordo com Levy, o carro ficou estacionado no posto de gasolina e Rafael entrou na patrulha junto com os PMs em direção à Rua Pacheco Leão no Jardim Botânico, onde encontraram com o pai do jovem, Roberto Bussamra. ?Eu não posso afirmar, mas na Pacheco Leão, os PMs falavam ? ou fingiam estar falando - ao celular com uma terceira pessoa, que também seria um policial militar. Este suposto terceiro PM teria passado a seguinte informação: ?O rapaz (Rafael Mascarenhas) está bem. Ele já está no hospital, fora de risco.??, contou o advogado.

Na sexta-feira (23), o pai do atropelador, Roberto Bussamra, afirmou em depoimento na delegacia, que pagou R$ 1 mil para que ele os dois PMs que abordaram o carro do filho liberassem o jovem após o atropelamento. O pai do rapaz afirmou que os policiais pediram um total de R$ 10 mil de propina.

Reconstituição do acidente

Levy disse que Rafael Bussamra não contou sobre a propina no primeiro depoimento que prestou porque estava se sentido ameaçado. ?É fácil falar sobre corrupção??, indagou o advogado. ?Quero ressaltar que o Rafael estuda, trabalha, tem pai, tem mãe. E o pai do Rafael também ficou com muito medo do que poderia acontecer à família?, disse. De acordo com Levy, a delegada Bárbara Lomba, titular da 15ª DP, que investiga o caso, vai pedir para ser feita a reconstituição do acidente.

Rafael Mascarenhas, de 18 anos, morreu após ser atropelado quando andava de skate no Túnel Acústico, na Zona Sul, que estava com um trecho fechado para manutenção. Ele era filho do saxofonista Raul Mascarenhas e da atriz Cissa Guimarães.

Corregedoria pede prisão preventiva dos PMs

A Corregedoria Interna da Polícia Militar pediu, na manhã desta segunda-feira (26), à Auditoria de Justiça Militar que decrete a prisão preventiva de 30 dias dos dois policiais militares que liberaram o carro do atropelador do músico Rafael Mascarenhas. As informações são do relações públicas da PM, capitão Ivan Blaz. O sargento da Polícia Militar Marcelo Leal e o cabo da PM Marcelo Bigon se apresentaram à polícia no fim de semana, e estão presos no 23º BPM (Leblon), onde trabalhavam.

Palavras-chave: atropelamento

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