Grêmio é excluído da Copa do Brasil por injúrias raciais

Clube ainda foi multado em R$ 54 mil e teve os cinco torcedores identificados suspensos

Fonte: STJD

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O Grêmio foi excluído da Copa do Brasil pelas injúrias raciais proferida pela torcida contra o goleiro Aranha, do Santos. Além da exclusão, o clube foi multado no total de R$ 54 mil e os cinco torcedores identificados foram suspensos por 720 dias dos estádios brasileiros. Por não relatarem na súmula da partida o episódio de racismo, a equipe de arbitragem também foi punida. A decisão, concedida pela Terceira Comissão Disciplinar, cabe recurso.


Em um julgamento de quase quatro horas, a defesa do Grêmio apresentou vídeos a fim de mostrar as ações tomadas pelo clube contra o racismo, além de depoimentos de atletas em uma campanha contra atos discriminatórios raciais. Do outro lado, a Procuradoria exibiu imagens da torcida entoando cantos racistas na partida seguinte ao episódio (Grêmio x Bahia).


Primeiro a depor, o presidente gremista, Fábio Koff, pediu cautela aos auditores e destacou que uma punição ao Grêmio iria manchar a história do clube de 111 anos de existência. “O prejuízo causado a imagem do clube é irreparável. Se a pena ocorrer, deve ter sentido pedagógico e não ultrapassar limites”, disse Koff.


Logo após, o árbitro Wilton Pereira Sampaio e seu assistente Carlos Berkenbrock explicaram que o episódio de racismo não foi presenciado por nenhum membro da arbitragem e, por isso, não poderia ser narrado na súmula do confronto.


Para o representante da Procuradoria, Rafael Vanzin, ficou evidente que houve infração. ” As palavras proferidas por uma quantidade considerável de torcedores do Grêmio foram além das palavras “macaco”. A palavra foi utilizada em flagrante e a mulher Patrícia Moreira ainda não prestou depoimento”.


Os advogados Gabriel Vieira e Michel Assef Filho defenderam o clube gaúcho na tribuna.


“São cinco torcedores, uma torcedora e mais quatro. O trabalho do clube é antigo. Desde 2005 o clube tem um termo assinado pelo Ministério Público tentando que esse tipo de atitude não mais aconteça. Se o Grêmio agiu preventivamente e durante a partida, agiu para identificar e tomar as medidas internas para suspender os torcedores. O racismo é um problema social. Quantos auditores negros temos no STJD? Nenhum.”, defendeu Gabriel Vieira.


“Não se pode confundir extrema gravidade com repercussão, que é o caso. Foram quatro pessoas no meio de 30 mil. A Procuradoria requer na mídia a exclusão do Grêmio. Isso pode fazer com que correntes contrárias a diretoria possam se infiltrar. Se existe um dispositivo específico para se punir atos discriminatórios, não se pode passar disso”, sustentou Assef.


Em defesa dos árbitros, o advogado Rafael Bozzano reforçou os depoimentos e acrescentou que a equipe de arbitragem agiu corretamente ao redigir o adendo, previsto em lei federal.

Palavras-chave: direito desportivo injúria racial

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