Famílias de crianças assassinadas em escola de Realengo (RJ) recebem indenização

Massacre em Realengo (RJ) completa seis meses; escola se transforma em canteiro de obras

Fonte: UOL Notícias

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A Prefeitura do Rio de Janeiro confirmou nesta terça-feira (1º) que foram pagas indenizações para os parentes das 12 crianças assassinadas pelo ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira no colégio Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste fluminense. O massacre ocorreu no dia 7 de abril desse ano e, além de 12 mortos, deixou outros 12 alunos feridos.


Segundo o governo municipal, os valores não podem ser divulgados a fim de evitar constrangimento para as famílias. Porém, há informações não oficiais de que as quantias superam R$ 200 mil para cada uma delas.


Os valores foram definidos a partir de um Termo de Ajustamento e Conduta (TAC), negociado pelo governo municipal com a Defensoria Pública Estadual e o Ministério Público Estadual. Apenas os parentes das vítimas fatais receberam o dinheiro --os familiares dos sobreviventes ainda esperam por uma nova negociação entre a prefeitura e os demais órgãos públicos envolvidos no assunto.


Antes do depósito das indenizações, os familiares estavam recebendo uma ajuda de custo no valor de R$ 700. A prefeitura ainda não confirmou se o benefício anterior foi suspenso.


Procurada pelo UOL Notícias, a mãe de uma das crianças assassinadas afirmou que o dinheiro proveniente da indenização "daria para comprar uma boa casa, mas nunca poderá compensar a perda de uma filha". Ela elogiou o trabalho da Defensoria Pública e do Ministério Público na negociação com o governo municipal, mas diz que o poder público deveria se preocupar mais em melhorar a rede pública de educação.


"Não adianta nada indenizar se as escolas continuam precárias. O que aconteceu foi algo fora do normal, obra de um psicopata, mas eu espero que o poder público possa olhar para a educação com mais cuidado e atenção. O trabalho preventivo é muito mais eficaz", disse ela, que pediu para não ser identificada.


A reportagem tentou entrar em contato com o Núcleo de Fazenda Pública da Defensoria Pública Estadual, mas ainda não obteve resposta. A Secretaria Municipal de Educação afirmou que vai se pronunciar sobre o assunto nas próximas horas.


Ajuda de custo


Há quase três meses, uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, em Brasília, trouxe a público algumas reivindicações e reclamações da Associação Anjos de Realengo, composta por parentes das vítimas da tragédia.


A maioria relatou para os deputados federais a dificuldade de reinserção na vida escolar dos adolescentes que sobreviveram ao massacre, mas ainda não se recuperaram totalmente. A deputada Liliam Sá (PR-RJ) chegou a acusar a Prefeitura do Rio e o governo estadual de não cumprirem com as promessas de auxílio financeiro feitas depois da chacina.


No entanto, a presidente da associação, Adriana Maria da Silveira Machado (mãe da estudante Luisa Paula da Silva, que morreu na tragédia), afirmou ao UOL Notícias que não existiam divergências em relação ao auxílio financeiro pago pela prefeitura após o massacre.


Segundo a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, a ajuda de custo era de R$ 700.


A tragédia


Em 7 de abril, por volta de 8h30, Wellington Menezes de Oliveira entrou na escola Tasso da Silveira, em Realengo, dizendo que iria apresentar uma palestra. Já em uma sala de aula, o jovem de 23 anos sacou a arma e começou a atirar contra os estudantes. Segundo testemunhas, o ex-aluno da escola queria matar apenas meninas.


Wellington deixou uma carta com teor religioso, onde orientava como queria ser enterrado, e deixou sua casa para uma associação de proteção de animais.


O ataque, sem precedentes na história do Brasil, foi interrompido após um sargento da Polícia Militar, avisado por um estudante que conseguiu fugir da escola, balear Wellington na perna. De acordo com a polícia, o atirador se suicidou com um tiro na cabeça após ser atingido. Wellington portava duas armas e um cinturão com muita munição.


Doze estudantes morreram --dez meninas e dois meninos-- e outros 12 ficaram feridos no ataque.

Palavras-chave: Realengo; Escola; Assassinato; Crianças; Atirador; Indenização

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