O ex-dono da gigante petrolífera russa Yukos, Mikhail Khodorkovsky, foi condenado nesta terça-feira a nove anos de prisão, após ser julgado culpado em seis das sete acusações de fraude, roubo e sonegação fiscal.

Khodorkovsky disse que é inocente e que sua sentença foi decidida pelo governo russo. "Sei que minha sentença foi decidida pelo Kremlin", disse Khodorkovsky, em um texto seu que foi lido no tribunal por um de seus advogados, Anton Drel.

O empresário disse que pretende criar, da prisão, diversos fundo de beneficência. "Vou lutar pela liberdade. Vou me ocupar com atividades sociais. Quero criar vários fundos beneficentes." O ex-dono da empresa já foi um dos homens mais ricos da Rússia. O sócio de Khodorkovsky, Platon Lebedev, foi sentenciado ao mesmo tempo de prisão.

O processo durou 11 meses e, nesse período, a principal filial da petrolífera russa Yukos, a Yuganskneftegaz, foi vendida ao grupo financeiro russo Baikal Financial por US$ 9,34 bilhões, em um leilão realizado pelo governo. A petrolífera russa Rosneft --companhia 100% pública-- comprou, por sua vez, o grupo Baikal em janeiro deste ano.

A Yukos vem sendo objeto de uma disputa judicial devido a uma dívida de US$ 27,5 bilhões da empresa em impostos atrasados. A cobrança é vista como uma punição do governo a Khodorkovsky.

Khodorkovsky, um crítico feroz do presidente russo, Vladimir Putin, chegou a dizer antes de ser preso que gostaria de disputar a presidência algum dia. Já o presidente russo diz que a prisão do empresário nada tem a ver com assuntos políticos.

O empresário havia dito anteriormente que o julgamento é uma farsa, não sendo mais que uma campanha do governo russo para tomar de volta a empresa, que foi vendida nas privatizações de estatais russas ocorridas nos anos 90.