Em interrogatório realizado ontem (19) pela juíza Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, o estudante Leonardo Falleiros Dias, 24 anos, admitiu a responsabilidade pela morte de Kennedy Alves de Lima, ocorrida no dia 28 de julho deste ano. Ele foi acusado pelo Ministério Público (MP) de ter causado politraumatismo craniano no rapaz, passando o veículo que conduzia de "três a quatro vezes" sobre seu corpo. O acusado disse à juíza que não se lembra de ter cometido o crime pois na ocasião estava sob efeito de drogas, mas que foi informado pela sua própria mãe de que o fizera.

Leonardo Falleiros está internado na Clínica Santa Mônica há 40 dias, para tratamento de distúrbios emocionais decorrentes do uso abusivo de drogas. Ele informou à juíza que usa drogas desde os 16 anos e que já sofreu amnésia desse tipo outras três vezes. De acordo com o MP, no dia do crime, por volta das 4 horas da madrugada, Leonardo saiu de casa, localizada na rua 24, Centro, dirigindo o carro da mãe. Quando ainda trafegava pela rua, foi surpreendido por Kennedy, que a atravessava. O carro quase atropelou Kennedy que então, alcoolizado, deu uns tapas no capô do veículo, xingando o motorista e dizendo que era paraense e não levava desaforo para casa.

Assim, ambos iniciaram uma discussão. "Em dado momento, a vítima deslocou-se para a parte de trás do veículo e, olhando a placa, começou a repetir os números em voz alta, dizendo que não iria esquecê-los e faria ocorrência policial", observou a promotoria na peça acusatória, acrescentando que, nesse momento, Leonardo deu marcha a ré no carro, atingindo a perna da vítima. Mesmo atingido, Kennedy continuou de pé e seguiu andando pela rua 24, virando na rua 3. Ao ver o rumo seguido por Kennedy, o estudante deu ré no veículo e o seguiu, abordando-o e dando início a nova discussão. Após vinte minutos de desentendimentos, Leonardo saiu no carro, deu a volta no quarteirão e, aproximando-se da vítima, atropelou-a. Quando Kennedy caiu, Leonardo deu seguidas marchas ré, passando por cima da vítima por três ou quatro vezes seguidas, e depois fugiu do local. (Patrícia Papini)