Depende da Justiça a autorização para que bebê seja oficialmente registrado.

Ao serem procurados pelas duas famílias, que planejavam fazer uma festa após o registro, funcionários do cartório local optaram por não fazer o documento alegando que Marchetti não teria o discernimento necessário para declarar, por si só, ser o pai da menina de pouco mais de 20 dias de vida.

Fonte: Cosmo Online

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Dependerá da Justiça a autorização para que a pequena Valentina, filha de Maria Gabriela Andrade Demate, de 27 anos, que tem síndrome de Down, e Fábio Marchetti de Moraes, de 28, que sofre de problemas mentais, seja registrada oficialmente em nome do casal, na cidade de Socorro, a 120 quilômetros de Campinas.

Ao serem procurados pelas duas famílias, que planejavam fazer uma festa após o registro, funcionários do cartório local optaram por não fazer o documento alegando que Marchetti não teria o discernimento necessário para declarar, por si só, ser o pai da menina de pouco mais de 20 dias de vida.

O caso, que gerou repercussão em toda a região nas últimas semanas, foi parar nas mãos da juíza corregedora permanente do Cartório de Registro Civil de Socorro, Érika Silveira de Moraes Brandão, que dará a palavra final sobre a história. Ouvida pela reportagem da Agência Anhangüera na tarde de ontem, ela deixou entender que o registro deverá ser autorizado, mas que isso ainda levará algum tempo, até que parentes do casal, e o próprio Marchetti, sejam ouvidos.

A juíza também não descartou a possibilidade da realização de um exame de DNA para a comprovação da paternidade. Um relato por escrito do caso foi encaminhado ao Ministério Público, que vai ouvir as pessoas que serão apontadas como testemunhas nos próximos dias. Os promotores chegarão a um parecer, que será entregue para apreciação da juíza.

O promotor responsável pelo caso, Elias Francisco Baracat Chaib, está temporariamente afastado por motivos de saúde e quem receberá o relato será o colega Daniel Cottoni. Ele considera desnecessário recorrer ao DNA para se chegar a uma conclusão e aposta em uma solução rápida para o caso. Tudo em função da repercussão gerada na mídia. "Os funcionários do cartório não conseguem nem trabalhar mais direito com o assédio da imprensa" , disse Cottoni.

A juíza corregedora ainda descartou que tenha havido qualquer atitude preconceituosa por parte dos integrantes do cartório contra o casal e sua filha. Para ela, o que houve foi apenas uma ação de cautela muito comum no meio. "A partir do momento em que a oficial do cartório não se sinta segura em relação à declaração que o pai fez, ela tem o direito de passar a decisão para mim, juíza corregedora" , comentou Érika. A oficial em questão, Renata do Amaral Fonseca Pantuzi, também conversou com a reportagem e alegou não ter tido outra alternativa a não ser repassar o caso de Valentina à Justiça. "Em determinadas situações, nós não temos o alcance legal para decidir pelo registro; é preciso o parecer judicial" , explicou ela.

Enquanto o registro não sai, a avó de Valentina e mãe de Maria Gabriela, Laurinda Ferreira de Andrade, de 51 anos, afirma que precisa do documento o mais rápido possível para garantir a inclusão da neta em um plano de saúde. "Minha neta ainda não existe de fato. Sei que ela terá uma vida difícil, mas não quero que viva uma derrota já logo em seu começo" , comentou Laurinda. "Se com ela recém-nascida já é assim, toda essa dificuldade e burocracia, imagino como será no futuro" , completou a avó, que se disse firme no propósito de lutar pelos direitos da neta, assim como fez com a filha.

Campinas

Valentina nasceu saudável no último dia 19 de março na Maternidade de Campinas, três semanas antes do previsto, com 46 centímetros e 2,260 quilos. O casal Maria Gabriela e Fábio Marchetti já namorava há três anos. Com a gravidez, o medo de represálias fez com que os dois escondessem o fato da família o máximo possível. Sem conseguir conter a ansiedade, no entanto, o próprio Marchetti contou a novidade. Orgulhosos com a filhota, os dois esbanjam carinho e atenção à pequena em Socorro.

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