CPI liga advogada a morte de juiz-corregedor de Presidente Prudente

O relatório final da CPI do Tráfico de Armas vai pedir o indiciamento da advogada Ariane dos Anjos, investigada por colaboração com o Primeiro Comando da Capital (PCC), por participação no assassinato do juiz-corregedor da Vara de Execuções Penais de Presidente Prudente, Antônio Machado José Dias, ocorrido no dia 14 de março de 2003.

Fonte: Cosmo Online

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O relatório final da CPI do Tráfico de Armas vai pedir o indiciamento da advogada Ariane dos Anjos, investigada por colaboração com o Primeiro Comando da Capital (PCC), por participação no assassinato do juiz-corregedor da Vara de Execuções Penais de Presidente Prudente, Antônio Machado José Dias, ocorrido no dia 14 de março de 2003. O pedido de indiciamento será feita ao Ministério Público Estadual ou à Polícia Civil.

A convicção do relator, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), foi formada com base em um cruzamento das visitas de Ariane aos presídios com dados da quebra de sigilo telefônico, bancário e fiscal da advogada, feito pela CPI. Ariane depõe hoje à CPI, em Brasília.

O cruzamento mostra o contato permanente de Ariane com Priscila Maria dos Santos, que foi presa em 2002, aos 22 anos, e responde a processo por participação em ações do PCC. Priscila, segundo a polícia de Araraquara, era responsável por uma central telefônica da facção criminosa que funcionava na cidade desde 2001.

Na época, os policiais informaram que Priscila namorava o assaltante Mário Élcio da Silva, preso na Penitenciária do Estado. Segundo técnicos da CPI, Priscila tem ligações com Luiz Henrique Fernandes, o LH, outro integrante do PCC que está preso.

Priscila e LH são defendidos por Ariane. Também é cliente da advogada o chefe da facção criminosa, Marcos Camacho, o Marcola, além de vários outros integrantes do PCC. Para os técnicos da CPI, Priscila e Ariane funcionavam como contato entre o primeiro escalão do PCC, repassando ordens e recados.

Telefonemas

Entre 3 de janeiro e 14 de março de 2003, dia da morte de Machado, foram registradas 84 chamadas entre os telefones celulares de Ariane e Priscila. Os técnicos da CPI destacaram uma ligação de apenas oito segundos de Priscila para a advogada às 18h31 de 14 de março. O juiz foi assassinado por volta das 18h30 daquele dia, com três tiros, em uma emboscada, em Presidente Prudente, quando voltava do fórum para casa.

"Foi um telefonema rápido para avisar que o serviço estava feito. No dia do assassinato, Ariane visitou Marcola por mais de duas horas", diz um dos responsáveis pelo cruzamento de dados. A advogada esteve com o chefe do PCC no mesmo dia 14, em Avaré, das 14 às 16h15. Marcola foi apontado pela polícia como mandante do assassinato de Machado. Na véspera do crime, Ariane ligou para Priscila às 23h30 e as duas conversaram durante cinco minutos e 31 segundos.

"De fato, há um conjunto de indícios que nos leva a crer no envolvimento direto da advogada Ariane no assassinato do juiz-corregedor e a reunir provas para pedir o indiciamento", confirmou ontem o relator Paulo Pimenta. O deputado vai anexar os cruzamentos da CPI e encaminhar ao Ministério Público de São Paulo, como anexo do relatório final, que deverá apresentar em fim de outubro.

Marcola

O primeiro dado que chamou a atenção da CPI foi o registro de cinco ligações entre os telefones celulares de Ariane e Priscila, enquanto a advogada visitava Marcola, no presídio de Avaré, no dia 3 de janeiro de 2003. A visita ocorreu das 14h30 às 16h15. Para os técnicos da CPI, em 3 de janeiro, o líder do PCC não só presenciou as ligações entre Ariane e Priscila, mas teve participação nas conversas.

Houve três tentativas de contato por telefone entre Ariane e Priscila que provavelmente não se concretizaram, com zero segundo de duração, e duas conversas, de 59 segundos e de 47 segundos, entre 14h34 e 14h35.

Pouco antes de se encontrar com Marcola, naquele mesmo dia, Ariane já tinha conversado durante um minuto e 35 segundos com Priscila, às 13h58.

Cruzamento semelhante ao de Ariane será feito com todos os advogados investigados por suposta colaboração com o PCC. "Estamos fazendo a análise minuciosa de cada suspeito. Esse tipo de investigação é a forma de chegarmos às conexões entre eles", afirmou Pimenta.

A CPI deverá votar a quebra do sigilo telefônico de Priscila, para chegar aos outros interlocutores, já que os parlamentares estão certos de que ela, associada a Ariane, fazia a ligação entre integrantes da facção.

Palavras-chave: advogada

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