O Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho e presidente em exercício do TST, ministro Rider Nogueira de Brito, fez hoje (29) duras críticas à forma de atuação dos sindicatos no Brasil. Segundo ele, os sindicatos são omissos na defesa dos interesses dos trabalhadores. Para ele, nem no berço do sindicalismo ? a região do ABC paulista ? os sindicatos atuam de forma satisfatória. ?Os sindicatos no País têm sido utilizados como escada para projetos pessoais. Os exemplos estão aí. Acho que o sindicalismo e o mundo dos trabalhadores podem, e devem, influenciar a política, mas sem fazer parte dela?, enfatizou o ministro Rider de Brito.

Para o ministro, a experiência nos países desenvolvidos aponta para a constatação de que somente a união da classe trabalhadora em sindicatos atuantes permitirá que categorias ascendam social e economicamente. Numa análise histórica a partir da Era Vargas, o ministro constata que desde a década de 40 até os dias de hoje o sindicalismo brasileiro ainda não encontrou seu rumo. ?O sindicalismo no Brasil até há pouco tempo esteve atrelado ao Estado - quando era sindicato quem o Estado queria que fosse ? e, depois de 1988, houve esse pandemônio, essa verdadeira explosão de milhares e milhares de sindicatos que se transformaram em feudos de grupos?, afirmou.

Segundo os últimos dados do IBGE, de 1991 a 2001, o número total de sindicatos no País cresceu 43%, passando de 11.193 para 15.963 sindicatos. A maior parte constitui-se de sindicatos de trabalhadores, que passaram de 7.612, em 1991, para 11.354, em 2001. O problema da ?eternização? de dirigentes sindicais em seus cargos também preocupa o ministro. Sua apreensão decorre da constatação de que ser dirigente sindical tornou-se praticamente uma profissão. ?Os sindicatos brasileiros sempre tiveram dono, no passado e no presente?, concluiu Rider de Brito.