Barbosa critica substitutos e diz que teria assinado prisão de João Paulo

De férias, presidente do STF afirma que não teve tempo de assinar pedido para executar pena do ex-presidente da Câmara, condenado pelo mensalão

Fonte: Folha de São Paulo

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Sem citar nomes, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, criticou ontem os colegas Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, que o sucederam no comando interino da Corte, por não terem assinado o mandado de prisão do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado no mensalão pelos crimes de corrupção passiva e peculato - ele recorre da condenação de lavagem de dinheiro.


Barbosa realizou seu último expediente em 6 de janeiro, quando encerrou o caso referente aos crimes de corrupção e peculato. Depois, saiu em férias sem assinar mandado de prisão. João Paulo aguarda em liberdade uma definição. Cármen Lúcia, que comandou a Corte até o dia 20, e Ricardo Lewandowski, que ficará na presidência até a volta de Barbosa, no início de fevereiro, decidiram não determinar já a prisão do deputado por não considerarem a questão urgente.


O regimento interno do STF atribui ao relator do caso a responsabilidade de assinar o mandado de prisão, cabendo ao presidente a decisão apenas em casos urgentes. O relator do mensalão é o próprio Barbosa.


"Se eu estivesse como substituto jamais hesitaria em tomar essa decisão", disse o presidente do STF em Paris. "Não sei qual foi a motivação. Ela (Cármen Lúcia) não me telefonou, não falou comigo", disse Barbosa. "A verdade é essa: o presidente do STF responde pelo tribunal no período em que estiver lá, à frente. Responde sobretudo a questões urgentes. Se é urgente ou não é avaliação que cada um faz."


Para Barbosa, a decisão de prender o deputado poderia ter sido tomada por qualquer ministro da Corte que o substituísse. "Eu assinei, terminei a decisão pouco antes das seis da tarde (de 6 de janeiro)", disse, detalhando o cronograma de sua partida para o exterior, em 7 de janeiro. "Só depois de divulgada a decisão é que se emite o mandado e se fazem as comunicações à Câmara dos Deputados e ao juiz da Vara de Execuções. Nada disso é feito antes da decisão. Portanto eu não poderia ter feito isso, porque já estava voando para o exterior."


O presidente do STF reclamou ainda do que chamou de "personificação" das decisões do mensalão. "É bom que os brasileiros saibam o seguinte: a figura do presidente do STF não se confunde com o STF", disse. "Está havendo uma tremenda personalização de decisões que são coletivas, mas que querem transformar em decisões de Joaquim Barbosa". A seguir, ressaltou o impacto da falta de decisão sobre João Paulo. "Qual é a consequência concreta? A pessoa condenada ganhou quase um mês de liberdade a mais."


Lewandowski não quis entrar em polêmica com o colega e foi breve. "Acompanho o entendimento da ministra Cármen Lúcia de que a competência (de mandar prender) é do relator", disse.

Palavras-chave: mensalão prisões direito penal

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4 Comentários

Elisa Advogada25/01/2014 3:05 Responder

É lamentável a falta de respeito do advogado de deputado corruPTo para com o Ministro Joaquim Barbosa. É evidente que o papel de Presidente do STF não se confunde com a pessoa de qualquer Ministro do STF. É evidente que quem substitui o Presidente, mesmo interinamente, teria a mesma alçada de assinar a determinação de prisão de qualquer condenado pela Corte. O grande Ministro Joaquim Barbosa incomoda os que se acomodam no poder, por sua personalidade e coragem de firmar-se acima de tantos e escusos interesses. Porém, quer queiram ou não, sua presença ficará marcada por muitos e muitos anos na memória de todos os brasileiros, notadamente dos mais sensatos.

roubrdario diniz valerio advogado25/01/2014 20:14 Responder

Cara Elisa a questão do \\\"grande Ministro Joaquim Barbosa\\\" é , principalmente, não tratar todos os réus do chamado mensalão de maneira igual. Porque ele ainda não emitiu mandado de prisão do Roberto Jefferson e fez aquela palhaçada com o Genoino? Doutora fique atenta ao direito e não parta para a avaliação ideológica

seu nome sua profissão26/01/2014 12:04 Responder

O Ministro JB está certo. Aos demais que o substituíram, são fracos e não tem agilidade nem competência e talvez estejam com o Crime organizado. Quantos aos condenados por terem roubados R$ do povo honesto brasileiro, eles não devem ter direito algum, é cumprir a cadeia e calar a boca. Nod deveríamos usar a politica de Cuba e da China, roubou, provado a culpa: Morte no paredão.

Orlando do Nascimento Costa Filho advogado28/01/2014 20:30 Responder

roubrdario diniz valerio, Acompanho o seu entendimento. JB é midiático, e leva fama de estar acima do bem e do mal. Veja só! Por causa da sua \\\"bravura\\\" muitos brasileiros já o lançaram como candidato a presidência do Brasil, como se ser honesto fosse o único requisito para tal mister.

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