Mulheres são maioria no setor do Direito
Mas ainda são minoria nas ocupações de cargos de liderança
Assim como as mulheres já são maioria em várias áreas da economia, no mundo do Direito também não é diferente. Do universo que era composto praticamente por homens há alguns anos, hoje é possível ver a diversidade nos quadros de algumas esferas deste mercado.
O principal exemplo disso é a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que conta com cerca de 700 mil mulheres inscritas, representando 51% da presença feminina. O mesmo ocorre entre as estagiárias da OAB (52%) e nas duas principais seccionais: Rio de Janeiro e São Paulo, que juntas somam quase 20 mil mulheres a mais entre os advogados.
Outro comparativo interessante é o perfil das mulheres por faixa etária. Segundo o Conselho Federal da OAB, a maioria das mulheres advogadas em atuação tem até 40 anos. A partir dos 41, os homens voltam a prevalecer. Entre os advogados e advogadas de 41 e 59 anos, 52,4% são homens; já a partir dos 60 anos, 66,3% dos são advogados.
A representatividade feminina também é baixa nas ocupações de cargos de liderança relacionadas à Justiça. Isso ocorre nas seccionais da OAB – das 27 unidades do país, apenas 5 são presididas por mulheres; e também nos Tribunais, seja Superiores, Federais Estaduais e do Trabalho – apenas 18 são presididos por mulheres.
Já nos escritórios de advocacia, sejam eles grandes ou no estilo boutique, o cenário é de boa ocupação das mulheres. No Raphael Miranda | Mello | Raposo | Barbosa Advogados, por exemplo, a proporção já de 62%, incluindo advogadas e colaboradoras. “Gostamos de promover a presença de mais mulheres porque demonstra um compromisso com a igualdade de gênero e a inclusão. Elas trazem experiências, pontos de vista e habilidades únicas para a equipe, enriquecendo a tomada de decisões e a resolução de problemas”, diz Raphael Miranda, um dos sócios fundadores.
Para Daniele Nunes, sócia do escritório Leal Cotrim Advogados, a presença das mulheres no meio jurídico é fundamental para construção de soluções inovadoras e eficazes, mas só isso não basta. “É necessário adotar medidas destinadas a dar voz, oportunidade e poder de decisão às mulheres. Esse deve ser o objetivo que toda a sociedade deve buscar porque, no fim das contas, todos têm a ganhar”, completa.