Tributos consomem de 42% a 82% de salários

O governo abocanha entre 42% e 82% do salário líquido do brasileiro, somando-se o que é recolhido do trabalhador e do empregador.

Fonte: JC Net

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O governo abocanha entre 42% e 82% do salário líquido do brasileiro, somando-se o que é recolhido do trabalhador e do empregador. Chocante, o percentual levantado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) surpreende até mesmo os que discordam dos números.

Quando o foco recai sobre o salário bruto, o estudo mostra que a carga chega a 60,79%. Os dados colocam o Brasil na segunda colocação entre os países com maior carga tributária sobre salários do mundo. ?É confiscatório?, avalia o economista Fernando Pinho.

Na opinião dele, a situação em território verde-amarelo é muito pior que a da Dinamarca (primeira colocada no ranking) porque o brasileiro recebe em troca (em serviços e benefícios) muito menos do que é recolhido. Pior: normalmente paga tudo em duplicidade.

Um exemplo já é velho conhecido: o cidadão gasta com o recolhimento dirigido ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e ainda desembolsa com previdência privada.

Trabalhador

O problema é ainda mais desalentador para os empregados, aponta o estudo. O crescimento médio de tributação sobre salários aumentou entre 2002 e 2005 devido à incidência de impostos sobre o rendimento do assalariado. O setor patronal ainda paga mais tributos que os empregados, mas o percentual recolhido do empregador subiu minimamente na comparação entre os anos.

O custo médio da tributação para os 18,76% em 2002 para 20,43% em 2005, representando um impacto negativo de 1,67 ponto percentual na renda dos trabalhadores (entre os anos). Em média, a tributação sobre os salários que era de 41,71% em 2002 passou para 42,50% em 2005, explica Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT.

Advogado tributarista, ele acrescenta que o aumento do custo se deve ao reajuste menor da tabela do Imposto de Renda (IR) em relação ao reajuste do salário mínimo e também ao aumento do teto máximo de contribuição à Previdência Social. O teto passou de R$ 1.561,56 para R$ 1.869,34 a partir de junho de 2003, e para R$ 2.668,15, a partir de maio de 2005, informa.

De acordo com Amaral, são atingidos com o aumento do custo tributário especialmente os salários a partir de R$ 3 mil mensais.

Não procede

Os dados divulgados pelo IBPT não procedem na opinião de Francisco Wagner Monteiro, dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo e coordenador da CUT em Bauru.

?Não ocorreu aumento de carga tributária para os trabalhadores. O que houve foi redução da carga e aumento da arrecadação, porque aumentou a eficiência arrecadadora e o número de funcionários empregados?, diz.

De acordo com ele, que também é diretor financeiro do Sinergia (sindicato dos eletricitários), os dados não podem ser confirmados por quaisquer outros números levantados por órgãos oficiais. ?Não existe isso. O reajuste (para menos) da alíquota do IR, em meados desse ano, foi uma grande luta da CUT, enfatiza.

O reajuste, no entanto, foi contemplado no estudo, rebate Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT.

Palavras-chave: salário

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1 Comentários

jefferson negreiros tejas advogado21/09/2006 10:05 Responder

Gostaria, pela mesma senda, parabenizar o autor da matéria e dizer que além de sermos contribuintes direto e indireto dos já pesados tributos, pagamos em duplicidade, contrariando a lei maior e o CTN ao pagarmos planos de saúde, segurança e educação, mas tudo particular, vez que ao Estado cumpre pelos motivos acima ventilados a responsabilidade na prestação desses serviços. É BITRIBUTAÇÃO!

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