Telefonemas provam que os Nardoni estavam no apartamento quando Isabella foi jogada, diz promotor

Não irei discutir conjecturas, hipóteses, crenças.

Fonte: O Globo

Comentários: (0)




O promotor Francisco Cembranelli fala aos jurados que decidirão o futuro de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá há quase duas horas, num discurso considerado eletrizante e que prende a atenção de todo o plenário, que está lotado. O promotor explica a crononologia dos fatos no dia da morte da menina Isabella e a sequência dos telefonemas ocorridos para comunicar a Polícia e a família de Alexandre Nardoni no momento em que o corpo da criança caiu do sexto andar do prédio.

- As informações dos telefonemas, todas cruzadas, demonstram que o casal estava no apartamento no momento do crime - disse o promotor aos jurados, que não desgrudam os olhos de Cembranelli, que tem 22 anos de júri e mais atuação em mais de mil casos.

Alexandre e Anna Jatobá também estão atentos, mas não esboçam qualquer reação. Na plateia, Rosa Maria Oliveira e o marido, avós maternos de Isabella, choram o tempo todo. O avô paterno, o advogado Antonio Nardoni, pai de Alexandre, não para de reclamar e escrever bilhetes aos advogados de defesa.

- Não irei discutir conjecturas, hipóteses, crenças. O que não se pode discutir são fatos. Vou lhes apresentar fatos, embasados com a tecnologia de um dos mais destacados institutos de criminalísticas do mundo, o de São Paulo - afirmou o promotor aos sete jurados que decidirão o destino do casal.

Segundo Cembranelli, o tempo que Alexandre para descer até o térreo foi o mesmo que o porteiro levou para avisar o vizinho Antônio Lúcio, morador do 1º andar do edifício London, e que o vizinho demorou para pedir socorro. Para ele, o casal estava estava no apartamento no momento em que a menina Isabella foi jogada do apartamento 62 do Edifício London.

A cronologia dos telefonemas, de acordo com o promotor, mostra que a sequência de fatos apresentada pelo casal Nardoni não poderia ter verdadeira. Alexandre Nardoni diz que subiu com a filha no colo até o apartamento, a colocou na cama e voltou à garagem para pegar os outros dois filhos, que estavam com a mulher, no carro. Ao chegar, disse o casal, é que ele foi ao quarto e viu que a menina havia sido jogada.

O promotor questionou ainda o porquê de Alexandre Nardoni não ter ligado para o resgate. A primeira ligação de pedido de socorro foi feita pelo morador do 1º andar, que viu a menina caída.

- Ele fez o que qualquer um de nós faria, menos o pai: ligar para o resgate. É isso que se faz em uma situação de emergência. Eu pularia pela janela para defender meu filho, desceria as escadas, não ficaria apertando botão, esperando - disse.

O promotor Cembranelli lembrou que Isabella tinha características de asfixia mecânica típicas de esganadura no pescoço e que a menina não poderia ter sozinha se esganado. Disse ainda que uma testemunhas ouviu uma discussão entre um casal momentos antes da queda de Isabella e reconheceu que a voz era de Anna Jatobá.

A possibilidade de terceira pessoa, para ele, é descartada. O promotor explicou aos jurados que o pedreiro Gabriel Nunes acreditou que a obra em que trabalhava, nos fundos do edifício London, havia sido arrombada, pelo fato de que policiais militares fizeram uma vistoria no local à procura de um suposto ladrão na madrugada anterior.

Cembranelli elogiou o trabalho da polícia e dos cerca de 40 profissionais envolvidos na investigação do crime e chamou de "pífia" a defesa, além de se referir à advogada especializada em perícia, Roselle Adriane Soglio, que ajudou na defesa, como "perita trapalhona".

Previsão é de resultado 1h da madrugada

O debate entre acusação e defesa do casal Nardoni é a ultima etapa antes da sentença dos jurados. O julgamento recomeçou às 10h26m e a previsão do Tribunal de Justiça é que a decisão do júri seja divulgada por volta de 1 hora da madrugada de sábado.

Ana Carolina Oliveira, a mãe de Isabella, não deve ir ao Fórum, segundo a advogada Cristina Christo Leite. A mãe de Isabella, afirmou a assistente da acusação, estaria muito debilitada por ter ficado quatro dias no Fórum e teria dito que espera apenas por justiça.

Na chegada ao Fórum, o advogado Ricardo Martins afirmou que "tudo pode acontecer" neste julgamento e que ele, pessoalmente, trabalha com a hipótese de absolvição por não terem provas concretas contra seus clientes.

Palavras-chave: nardoni

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/telefonemas-provam-que-os-nardoni-estavam-no-apartamento-quando-isabella-foi-jogada-diz-promotor

0 Comentários

Conheça os produtos da Jurid