Surdo-mudo condenado a 13 anos

Fonte: TJGO

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Chorando. Foi assim que o surdo-mudo Laerte Oliveira Rodrigues recebeu ontem (28) a notícia de que foi condenado a 13 anos de reclusão em regime integralmente fechado pelo assassinato da jovem Regiane Caldeira Moura, ocorrido no dia 8 de outubro de 1995, por volta das 23h30, no corredor de uma residência situada na Rua 68, Centro. A sentença condenatória foi lida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara ao final da sessão do Tribunal de Júri e transmitida ao deficiente auditivo pela intérprete da Lingua Brasileira de Sinais (Libras), Lívia Martins Gomes, que participou de todo o julgamento, auxiliando na comunicação com o réu.. Inconformado com o resultado de seu julgamento, Laerte chegou a se ajoelhar no chão, recusando-se a acreditar, segundo a interprete, que não seria absolvido.O lamento do rapaz, que sempre negou a autoria do crime emocionou grande parte dos presentes na sessão, mas cinco dos sete jurados haviam sido convencidos pelo Ministério Público (MP) de sua participação no homicídio.

É a segunda vez que Laerte submete-se a juri popular pela morte de Regiane.. Na primeira sessão, ocorrida em 18 de agosto de 1996 sob a presidência da juiza Juraci Costa, o deficiente foi absolvido. Entendendo, contudo, que a decisão dos jurados era contrária à prova dos autos, o Tribunal de Justiça anulou o julgamento, determinando a realização de nova sessão. De acordo com o MP, Regiane Caldeira era uma jovem bonita, que se prostituía. Ela teria conhecido Laerte em um bar nas imediações da Rua 68 e manteve relacionamento com ele durante apenas uma semana, em troca de comida, cervejas e ajuda financeira. Entretanto, o rapaz se apaixonou por ela, de forma violenta e possessiva, o que logo foi constatado por várias testemunhas. Segundo pessoas próximas, mesmo não tendo mais qualquer envolvimento com a vítima, Laerte ficava nervoso ao vê-la transitar "de mesa em mesa" nos bares. No dia do crime, ela teria ido embora para sua casa. Em circunstâncias não esclarecida, Laerte, com a ajuda do amigo Eliandro de Souza Melo _ que já se submeteu a julgamento, tendo sido absolvido _ enforcou a vítima com uma corda elástica e deixou seu corpo em um beco da Rua 68. (Patrícia Papini)

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