Stella

Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva, Socióloga, Jornalista (DRT/RS 13.573), acadêmica de Direito. E-mail: sandrasilva33@yahoo.com.br

Fonte: Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva

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Registros históricos apresentam a ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, como militante das hostes guerrilheiras que combateram a proscrita ditadura militar.

Conforme cópia de uma carteira de identificação da época, Dilma era membro da guerrilha urbana que combatia o governo militar instalado em 1964 usando o nome (ou codinome?) de Stella e suas atividades estavam vinculadas à Colina ou OPM. Filha de Pedro e Dilma Rousseff nasceu a 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte.

Ainda segundo os relatos que a história vem soltando aos minguados, a jovem Stella foi ativa e brilhante militante da guerrilha, inclusive usando armas, tendo sido perseguida, presa e interrogada duramente.

Em seu currículo consta que participou do grupo que realizou uma das ações mais espetaculares da guerrilha urbana no Brasil: o furto do cofre do então governador paulista Adhemar de Barros e que continha US$ 2.5 mil, valor que jamais foi encontrado ao que se sabe até o presente tempo. Esta informação pode ser encontrada no livro de Elio Gaspari "A ditadura escancarada" que conta com detalhes todo o episódio. Um grupo de 11 homens e duas mulheres invadiu a mansão do irmão de Ana Capriglioni, "affair" do ex-governador, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Conforme narrativa do livro a ação durou 28 minutos e foi coordenada por Carlos Franklin Paixão de Araújo e a hoje ilustre ministra, todos pertencentes a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária). A atividade, contudo, não teve a participação física da hoje ministra, pois sua prisão em caso de revés seria uma circunstância desastrosa para a organização. Segundo o ex-sargento e guerrilheiro Darcy Ribeiro, Stella era o cérebro da ação. A então jovem Stella também participou de outros assaltos e furtos a armamentos. Foi presa em 1970 e permaneceu no cárcere por três anos. Conta-se que o Promotor Militar que elaborou a peça acusatória classificou-a como "Joana D'Arc da guerrilha" e "Papisa da subversão".

Outro texto interessante sobre fatos e personagens recentes da história nacional é o do livro "Iara: Reportagem Biográfica", da jornalista Judith lieblich Patarra e que traz informações sobre a personagem de Iara Iavelberg, também musa da esquerda nos anos sessenta, suicida em 1971, aos 27 anos. Foi amiga de Dilma Rousseff apesar de ser a namorada de Lamarca com quem Dilma divergiu em pontos de vista sobre as ações a serem adotadas contra o governo militar. Desse rompimento dividiu-se a VAR-Palmares surgindo a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e o MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de outubro).

Iara Iavelberg era descendente de judeus e como suicida foi sepultada na ala reservada àqueles que tiram a própria vida. Somente em 2005 foi realizado novo sepultamento após exumação conquistada dois anos antes e laudo médico que se restringiu a dizer "ser improvável que a morte tenha ocorrido por suicídio". Uma obscuridade que não foi iluminada, apenas atendeu a um apelo familiar sem qualquer contestação tantos anos depois. Advogou para a família, Luis Eduardo Greenhalgh.

As biografias são interessantes e abrem discussões para cenas obscuras da recente história brasileira, especialmente para quem costuma emitir opiniões com pequena base de pesquisa e sob o foco de um único luzeiro.

Não é de todo incompreensível que os homens tenham suas verdades com cada qual acreditando que somente a sua é a legítima e por ela dando até a própria vida.


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