Situação adota "velhas" estratégias eleitoreiras para atrair os jovens advogados

O mesmo evento de 2009, ano de eleição, retorna agora, ano de eleição, com nova roupagem para chamar atenção dos recém-chegados ao exercício da advocacia

Fonte: Chiavassa & Chiavassa Advogadas Associadas

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O Conselho Federal da OAB há tempos deveria ter baixado norma no sentido de obrigar o afastamento de funções executivas nas subsecções, pelo prazo mínimo de seis meses, de qualquer membro do grupo gestor, ou seja, presidente, diretores e conselheiros. Somente dessa maneira se impediria o uso da máquina no sentido de alavancar a campanha do pré-candidato que ainda se mantém preso ao cargo.


O exemplo mais evidente dessa distorção, que urge por um fim, acontece na seccional São Paulo, onde o presidente, que cumpre mandato interino e era vice do presidente eleito que saltou da direção da entidade para um cargo político partidário, é também pré-candidato à sucessão. Suas ações mais recentes deixam claro que a máquina está funcionando a seu favor, em detrimento, é lógico, dos demais candidatos do pleito. Muitas advogadas e advogados não escondem a revolta e a demonstram, de forma categórica, sobretudo nas redes sociais voltadas para os operadores do direito. Há que haver mudanças nessa área.


Se mudanças não acontecerem, seguiremos assistindo, de mãos atadas, a "máquina" elegendo não os melhores, com suas propostas factíveis e eficazes, mas sim aqueles que oferecem "status" e facilidades, ou seja, cargos, cargos e mais cargos. Até quando vamos permitir?


Caso recente, marcado para acontecer em 06 de outubro, revela não apenas de uso da máquina, mas também o total menosprezo pela capacidade de percepção das advogadas e advogados, principalmente os recém-chegados à profissão. A entidade está convidando os jovens advogados para participar do "Congresso Estadual do Jovem Advogado", que acontece no próximo mês, 30 dias antes da eleição. Este mesmo evento, não por coincidência, muitos hão de se lembrar, também aconteceu em 2009, ano de eleição, só que com uma ligeira mudança no nome, "Congresso para o Advogado em Início de Carreira". Mas que coincidência, não é mesmo!


Infelizmente não tem nada coincidente nessa história. Trata-se da mesma estratégia adotada pelo antigo presidente para sensibilizar os jovens em início de carreira. Agora, o presidente-pré-candidato, que já disse em alto e bom som que o antecessor é seu verdadeiro "mestre", aplica com certeza de sucesso, a lição aprendida. Pergunto-me, será que ele terá o êxito desejado?


Não, não terá! A jovem advogada e o jovem advogado, ao contrário do que pode imaginar o pré-candidato da situação, é um cidadão atento, consciente, que não vai se deixar levar por um "agrado" que visa, não apenas o seu crescimento intelectual e profissional, mas principalmente o voto que o número de sua "carteirinha" na OAB/SP representa. Os jovens advogados sabem distinguir com clareza o certo do errado, o joio do trigo, uma ação 'pedagógica' de uma ação eleitoreira. Mas os atuais gestores da entidade não sabem que os jovens advogados sabem de tudo isso.


A máquina não pode ser utilizada para favorecer qualquer dos pré-candidatos, como vem acontecendo na OAB/SP. Felizmente a advocacia paulista não está e nem vai se deixar envolver por esse rolo compressor antidemocrático. As advogadas e advogados de São Paulo querem mudanças e não entregarão seus votos em troca de pequenos agrados, como um curso aqui, um computador ali, uma sede de Subseção pintada acolá e promessas de construção de casa por ai.

Palavras-chave: Estratégias eleitorais; Jovens advogados; Eleições 2012; Atração

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1 Comentários

Robson Sinomar Consultor05/10/2012 8:44 Responder

É lamentável que muitos utilizem do importante espaço do Jornal Jurid, para difundir idéias político-partidárias. A OAB e outros fornecedores de informações e que são formadores de opinião no jornal eletrônico mais importante do mundo jurídico brasileiro, deveriam restringir suas ambições ou descontentamentos pessoais fora do contexto desta publicação, quando nós outros nada temos a aproveitar de tais embates idelógicos.

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