Não houve avanço nas negociações para solucionar o problema da falta de pagamento de salário de centenas de trabalhadores da usina Alcopan de Poconé. Na audiência realizada na tarde de segunda-feira (03) com o juiz do Luis Aparecido Torres, do Núcleo de Conciliação, estiveram cinco trabalhadores representando os grevistas um representante da Alcopan, Carlos Gilberto Zulli e o procurador do trabalho Roberto Portela Mildner.

Na tentativa de buscar uma solução para o impasse, o desembargador Osmair Couto, vice-presidente do TRT, no exercício da presidência, participou da audiência.

Centenas de trabalhadores que estão em greve por atraso de salários, vieram até o TRT/MT em busca de solução, uma vez que em outra oportunidade o Tribunal conseguiu resolver um problema semelhante, remanejando verbas de outro processo para adiantar os salários atrasados.

Naquela ocasião foi feito uma acordo pelo qual a empresa disponibilizou um imóvel para ser vendido e quitar as dívidas trabalhistas. O imóvel foi vendido, mas com o valor da entrada (700 mil reais) só será possível quitar os débitos com 250 trabalhadores, referentes aos meses de outubro e novembro de 2008.

Para os demais débitos salariais ainda não há previsão de pagamento. A dívida total com os funcionários seria de cerca de R$ 2 milhões.

Na audiência o representante da Alcopan, Carlos Gilberto Zulli rejeitou a proposta do Ministério Público do Trabalho de oferecer cestas básicas aos trabalhadores, que reclamam de não ter o que comer pelo atraso dos salários. A empresa alegou não ter dinheiro para tal despesa.

A esperança para os trabalhadores seria a possibilidade da liberação de R$ 1,8 milhão, que se encontraria depositado na 1ª Vara da Justiça Federal, resultado da desapropriação de uma área, de um dos sócios da Alcopan. O Juiz Luiz Aparecido Torres já requereu informações junto àquele juízo sobre a possibilidade de utilização do dinheiro para quitar salários dos trabalhadores.

Alcopan encontra-se em processo de recuperação judicial (antiga concordata) na Vara de Falências de Várzea Grande. O descumprimento de obrigações assumidas neste processo, pode levar a Justiça Estadual decretar a falência da empresa.