Réu mata advogado a tiros em fórum de São José dos Campos
O réu atirou contra as duas vítimas após uma delas, seu advogado, o impedir de falar com a outra vítima, sua ex-mulher
No meio de uma sala de audiência, um réu em um processo saca um revólver, atira contra a ex-mulher e o advogado dela e em seguida entra em confronto com policiais.
O caso ocorreu por volta das 15h de ontem, dentro do fórum de São José dos Campos, no interior de São Paulo. O atirador e o advogado morreram.
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, o homem que atirou se preparava para participar de uma audiência na 1ª Vara Criminal. Ele era réu em um processo de violência doméstica por ter ameaçado a ex-mulher.
Pouco antes do início da audiência, S.M.S., que tinha cerca de 50 anos, tentou falar com a ex-mulher, mas foi impedido pelo advogado. Irritado, ele sacou um revólver e atirou contra os dois.
Após os disparos, S.M.S. saiu da sala e tentou fugir do fórum. No caminho, encontrou um policial militar e atirou contra ele. Os tiros atingiram o colete a prova de balas do PM. Outros policiais que estavam no local e faziam a escolta de um preso viram o momento do disparo.
Houve troca de tiros nos corredores e S.M.S.. foi atingido. Segundo a polícia, ele morreu no local. A mulher e o advogado foram socorridos e encaminhados para o pronto-socorro do Hospital Vila Industrial.
J.A.F.B., 62, que fazia a defesa da ex-mulher de S.M.S., chegou a passar por uma cirurgia, mas não resistiu. De acordo com o hospital, a mulher passa bem e não corre risco de morte. O nome dela não foi divulgado.
O expediente no fórum foi suspenso após o ocorrido.
Em nota, o presidente da OAB/SP, Marcos da Costa, lamentou a morte do advogado e criticou a falta de segurança nos fóruns do Estado.
"Ao exercer sua atividade, o advogado contraria interesses, mas não se pode tolerar que, no exercício profissional, seja exposto a esse nível de insegurança dentro de um próprio do Judiciário." Na nota, ele também exigiu mais policiamento e vigilância nos fóruns.
"Foi franqueada a entrada de indivíduo armado e que colocou em latente risco todos os que circulavam no prédio", afirma a mensagem.
Airton Norato advogado23/07/2012 14:22
O problema é que o advogado tem que, as vezes, fazer contatos anteriores para mediar o caso de violencia doméstica, assim estará se expondo à mesma agressão.
Sandra Junqueira Advogada24/07/2012 10:05
A segurança nos prédios do Poder Judiciário deve ser reforçada. Todos os advogados estão sujeitos a este tipo de acontecimento. Nada nos protege! O fato de fazer contatos no intuito de mediar o caso de violência doméstica, com a devida vênia, Dr. Airton, não impedirá que uma pessoa desequilibrada cometa este ato. Dependendo da pessoa ela poderá praticar seu \\\"plano\\\" até mesmo nos escritórios dos advogados. sou a favor dos acordos, mas há casos que a possibilidade nos engana e a pessoa envolvida passará por mais violência!
ANTONIELI MAIA Serventuário da Justiça Minas Gerais30/07/2012 10:44
A insegurança é geral! Sou servidor da justiça de Minas Gerais, com quase 20 anos de carreira. O fórum onde trabalho não tem nenhuma segurança. O trabalho é tenso, lidamos com todo tipo de gente. É comum a entrada de pessoas visivelmente drogadas/alcoolizadas. Já houve caso de agressão a servidor, advogados e até Juiz. A omissão é latente. O TJMG nada faz. Será que estão esperando acontecer o mesmo fato ocorrido em São Paulo?