Rayfran depõe e confessa ter disparado contra freira

Fonte: Glob Online

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Em depoimento que durou quatro horas, Rayfran das Neves Sales, de 28 anos, confessou na tarde desta segunda-feira a autoria dos disparos que mataram a missionária Dorothy Stang, no Pará. Ele será indiciado por homicídio qualificado. Segundo um promotor que acompanhou o depoimento, mais detalhes sobre a investigação não podem ser divulgados porque foi pedido segredo de Justiça do inquérito conduzido pela Polícia Civil do Estado do Pará.

Rayfran envolveu outras pessoas no crime e especula-se que ele teria citado políticos da região de Anapu, no oeste do estado.

Segundo o delegado-geral Luís Fernandes, Rayfran já havia confessado informalmente o crime, mas ele negara ter sido contratado pelo fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, um dos investigados, para assassinar Dorothy. Rayfran teria dito que o mandante do crime é o presidente do Sindicato Rural de Anapu, Francisco de Assis de Souza, o Chiquinho, ex-vice prefeito da cidade, filiado ao PT e considerado um dos principais aliados de Dorothy.

Rayfran foi trazido nesta segunda de Anapu para Altamira por um helicóptero Black Hawk do batalhão, sob um forte aparato de segurança que envolveu soldados do exército, policiais federais e policiais civis. Ele foi preso no domingo à noite a 35 quilômetros da sede do município de Anapu, no Pará. A prisão foi efetuada pela Polícia Civil do Pará, em conjunto com uma patrulha do Exército. Rayfran estava desarmado, numa barraca de náilon montada à beira da rodovia Transamazônica. Segundo a polícia, ele não resistiu à prisão.

No sábado, já tinha se entregado à polícia Amair Feijoli da Cunha, o Tato, suspeito de ter intermediado o assassinato e contratado o pistoleiro. A polícia chegou a Rayfran depois de ele ter sido identificado por uma pessoa que passava pela Transamazônica e o reconheceu após ter visto seu retrato falado. Essa pessoa, cujo nome está sendo mantido sob sigilo, seguiu de motocicleta até a base do Exército em Anapu. Os militares, então, organizaram uma patrulha, acionaram a Polícia Civil e seguiram até o local apontado pela denunciante. A área foi vasculhada até que Rayfran foi encontrado por volta das 19h40m.

A polícia continua fazendo uma operação, com apoio do Exército, para encontrar dois foragidos: Vitalmiro Moura, o Bida, ainda suspeito de encomendar o crime, e o pistoleiro Uilquelano de Souza Pinto, o Eduardo.

Amair Feijoli, o Tato, foi indiciado domingo nos dois inquéritos abertos pela polícia para apurar o assassinato da missionária americana, executada no último dia 12 em Anapu, no oeste do Pará. Ele foi indiciado tanto pela Polícia Civil quanto pela Polícia Federal por homicídio qualificado.

Em depoimentos prestados domingo, o lavrador voltou a negar qualquer participação no crime. Apesar disso, o delegado Waldir Freire, da Polícia Civil, disse ter juntado elementos que ajudam a reforçar a suspeita de que Tato atuou como intermediário do crime:

- Nós chegamos à conclusão de que há uma íntima relação entre ele (Tato), Bida, Rayfran e Eduardo.

Para o delegado, Tato mentiu e caiu em contradição:

- Ele disse que não conversou com a irmã Dorothy, mas nós temos depoimentos de várias testemunhas que dizem ter visto ele discutir e até dizer várias palavras de baixo calão contra ela no dia do crime. Se ele está mentindo nesses detalhes pequenos, ele está mentindo o tempo todo.

A polícia acredita que Tato tenha recebido ajuda de terceiros para fugir, embora ele afirme ter fugido sozinho, andando pela floresta.

- Ele não está nem com arranhão - estranhou o delegado.

A cada dia fica mais evidente a divisão entre a Polícia Civil e a Polícia Federal. Cada uma tem um inquérito para investigar o mesmo crime. No domingo, Tato teve de prestar dois depoimentos. O primeiro, para a Polícia Civil, durou duas horas e 40 minutos. Em seguida, na Polícia Federal, ele foi interrogado por mais uma hora e meia.

Tato já cumpriu pena por falsificação de documentos públicos e receptação de carro roubado no Espírito Santo. Ele cumpriu a pena em regime aberto e teve de prestar serviços à comunidade durante três anos. A pena terminou em 12 de agosto de 1996.

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1 Comentários

jose pereira de araujo secretario de politicas22/02/2005 19:00 Responder

nosso brasil é rico, mas se concentra em poucos por isso os que tem querem mais ainda e não medem esforço passando por cima de quem estiver no caminho. exemplo disso é amorte da freira e milhares de pessoas nas que sedissimam pelos fazendeiros, poseiros e madereiros, que porque tem dinheiro pensam que são so donos do mundo da natureza.

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