Procuradores trocam acusações em investigação da Anaconda

De um lado, um procurador da República. Do outro, dois procuradores regionais.

Fonte: Última Instancia

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Os procuradores regionais Mário Luiz Bonsaglia e Marcelo Moscogliato, do Ministério Público Federal, impetraram habeas corpus para barrar investigação sobre grampos ilegais que havia sido pedida pelo procurador da República Cristiano Valois Souza.

De um lado, um procurador da República. Do outro, dois procuradores regionais. No centro da discórdia, o futuro das investigações sobre os grampos ilegais realizados por policiais federais que atuavam no caso Ari Natalino e, principalmente, o conteúdo dessas gravações.

A briga que acontece dentro do MPF ganhou evidência quando os procuradores regionais Mário Luiz Bonsaglia e Marcelo Moscogliato impetraram habeas corpus para barrar a investigação sobre os grampos que havia sido pedida pelo procurador Cristiano Valois Souza.

Especula-se que a apuração sobre a origem das gravações clandestinas poderia fragilizar as acusações feitas pela Operação Anaconda.

Souza tomou a iniciativa de pedir que a Superintendência da Polícia Federal de São Paulo instaurasse inquérito para investigar os grampos depois que o juiz federal Ali Mazloum, titular da 7ª Vara Criminal de São Paulo, foi afastado do cargo em decorrência de ter exigido dos policiais a integralidade das fitas.

Mazloum, que havia detectado indícios de gravações clandestinas e violação de sigilo de Justiça, convocou os policiais a prestar esclarecimentos e foi acusado de abuso de autoridade e ameaça. Detalhe: as supostas vítimas nunca apresentaram sequer representação contra o juiz.

O artigo 147 do Código Penal determina que o crime de ameaça somente será investigado mediante representação da vítima. Apesar de não ter havido representação, o Ministério Público Federal apresentou a denúncia criminal contra Mazloum. Nesta quinta-feira (1/7), o TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região (em São Paulo) decidirá se recebe ou não a denúncia.

A suspeita de grampo ilegal foi confirmada pela própria Polícia Federal Rodoviária, que anexou, em relatórios enviados à 7ª Vara, conversas do delegado Alexandre Morato Crenitte, do empresário Ari Natalino e do advogado Wellengton Campos, ocorridas em abril, julho e agosto de 2003. No entanto, o juiz federal Cloves Barbosa de Siqueira só havia autorizado dez meses de interceptações telefônicas. Os meses de abril e maio e junho, a partir do dia 4, não estavam inclusos na autorização judicial.

Apesar da confirmação dos grampos, o desembargador federal Luiz Stefanini concedeu liminar autorizando a interrupção das investigações pedidas por Cristiano Valois Souza, que agora corre o risco de sofrer uma ação penal.

Em outro caso, também investigado pela Operação Anaconda, o Ministério Público Federal denunciou o juiz Casem Mazloum, irmão de Ali, por grampo ilegal. Mas, no caso de Casem, o grampo jamais foi realizado.

Ao prestar informações no habeas corpus, Souza acusa os procuradores regionais de omitir provas e de distorcer fatos para induzi-lo a erro. ?De fato, os signatários mostram-se mais atarefados em preservar a acusação de suas colegas perante esse tribunal em face de Ali Mazloum do que em resguardar a liberdade de quem quer que seja. Para tanto, distorcem os fatos, omitem as patentes provas da materialidade das infrações de que são objeto os ofícios requisitórios e tentam inclusive torcer as regras de competência para subtrair a este órgão sua atribuição para proceder à investigação de autoria dos ilícitos apurados?, diz o relatório.

Em outro trecho, Souza diz: ?Ocorre que esse juízo, ao lhe ter sido apresentado o presente HC, tomou contato com fatos inteiramente distorcidos, incompletos e provas parciais, pinçadas que foram pelos impetrantes na exata medida para que induzido em erro fosse esse juízo, num visível esforço de garantir o êxito da ação sabidamente em curso perante esse tribunal federal, em que os pacientes figurem como vítimas de crimes de ameaça e abuso de poder?.

Procurados pela reportagem de Última Instância para comentar os fatos, os membros do Ministério Público Federal não foram localizados.

O mérito do habeas corpus ainda será analisado pelo TRF-3.

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1 Comentários

cristiano valois advogado, professor, filosofo, poeta03/02/2011 11:16 Responder

sou o ex-procurador cristiano valois, agora afastado por licenca medica hah 6 anos e aposentado na proporcional em situacoes espurias hah 3 anos, de fato, meus algozes seguem suas carreiras, felizes por ter cumprido suas vocacoes de torquemada e vilipendiado a etica e a constituicao, e vez em quando os vejo no fantastico, afagando suas vocacoes frustradas de estrelas da televisao. gente mediocre. quanto a mim, passo serias dificuldades e agradeceria se alguem dispusesse da gentileza de indicar-me para alguma posicao como advogado ou consultor. nao trabalho desde entao, mas sou o homem mais capaz que conheco, tenho pos graduacoes em direito e filosofia e falo oito linguas vivas, duas mortas. com certeza aprenderia meu oficio mais rapido que qualquer outro. meu telefone de contato eh 11 85686975, agradeco a atencao.

Cristiano Valois de Souza aposentado 02/09/2014 23:45

Na sua página http://jornal.jurid.com.br/materias/noticias/procuradores-trocam-acusacoes-em-investigacao-anaconda há um comentário assinado em meu nome. Peço que seja retirado ou que conste abaixo que é espúrio, não tendo partido de mim e que as informaçoes que nele constam são falsas e que, por isso, tivesse-o escrito, me teria retratado. Cristiano Valois de Souza

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