Polêmica dos rolezinhos exige bom senso e reflexão, afirma presidente da CDH

Diante da repressão policial e da crítica de lojistas e empresários, senadores pedem que "rolezinhos" não levem a violência ou discriminação

Fonte: Congresso em Foco

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Combinado pelas redes sociais, o encontro de jovens da periferia em shoppings de grandes cidades virou polêmica nacional e foi parar na Justiça. Diante da repressão policial e da crítica de lojistas e empresários, senadores pedem bom senso para que os "rolezinhos" não gerem violência ou discriminação.


Na avaliação da presidente da CDH (Comissão de Direitos Humanos), Ana Rita (PT-ES), esse tipo de movimento é novo e exige análise cuidadosa.


"É um negócio extremamente novo, nunca aconteceu no nosso país, está começando agora. Então, acho que a gente tem que conversar sobre isso. Merece uma reflexão", observa.


O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembra que qualquer pessoa tem o direito de frequentar espaços públicos, desde que de forma pacífica.


"Os shoppings devem assegurar o direito de toda e qualquer pessoa que tenha um comportamento civilizado e não de destruição ou de perturbação", opina.


Já o senador Paulo Paim (PT-RS) acredita que as pessoas não podem ser proibidas de frequentar espaços abertos ao público em razão de sua aparência ou classe social. Ele defende o diálogo para resolver a situação de conflito.


"Simplesmente proibir eu acho que é descabido. Por que vão proibir certos setores de ali andar? Agora, cuidar, conversar, dialogar, exigir a linha de uma conduta adequada com aquele ambiente eu não vejo problema nenhum. Não dá pra fazer disso uma guerra", afirmou.


Opinião semelhante tem a presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Distrito Federal, Indira Quaresma, que alerta para o fato de a Constituição vedar o racismo e a discriminação.


"Se as pessoas estão indo ao shopping, exercendo o direito de ir e vir, num lugar aberto ao público, ainda que cantando ou manifestando sua opinião de alguma forma, desde que não agridam ninguém, elas têm todo o direito de estar lá. Vamos fazer todo o possível para que esse direito de liberdade e de manifestação seja respeitado", diz a advogada.


Mais repressão


No fim de semana, a Alshop, associação que representa lojistas de shoppings de todo o país, voltou a defender a suspensão dos rolezinhos, bem como o aumento do policiamento e da punição dos envolvidos nos passeios. A entidade teme mais prejuízos, já que os movimentos deixaram as fronteiras de São Paulo e se espalharam por outros estados.

Palavras-chave: rolezinho direito de ir e vir direitos humanos

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2 Comentários

Layla Fiusa Historiadora e advogada20/01/2014 23:20 Responder

A sociedade Brasileira vive uma crise de identidade provocada sobretudo pela politização das questões sociais por parte de grupos de esquerda. Sem entrar no mérito das questões ideológicas, vários movimentos que tem surgido na comunidade, como os movimentos de Junho de 2013 e, agora este denominado \\\"rolezinho\\\", tiveram combustão espontânea. Significa que surgiram de uma vontade coletiva de cobranças das mais variadas. Neste caso especifico, jovens na sua maioria da periferia, sem perspectivas mas com grandes expectativas que a soceidade lhes impõe, se organizaram para um acontecimento meramente social! Antes de falar da dimensão do fato e a amplificação do ocorrido, é preciso entender qual a motivação. Esta geração é conhecida hoje pelo apelido vulgarmente de \\\"geração nem, nem\\\", ou seja nem estudam e nem trabalham. A má qualidade da Educação Pública faz com que os indices de evasão escolar sejam altíssimos. Por outro lado, a má qualificação e a falta de experiência, retarda cada vez mais sua entrada no mercado de trabalho. Nem estudam, Nem trabalham, são jovens sobretudo entre os 15 aos 20 anos! A partir deste fato real, temos um contingente de cidadãos que buscam no entretenimento um motivo para passar os seus dias. Ir ao Shopping é a atividade social mais caracteristica deste grupo, assim surgiu o Rolezinho, de uma necessidade de se reunirem em um espaço que conhecem para diversão. Tanto é verdade que estes acontecimentos passaram a ter dimensão maior a partir do momento em que o prefeito Fernando Haddah proibiu os \\\"pancadões\\\" nas ruas, onde bailes funks se apropriavam dos espaços públicos até altas horas da madrugada. A origem deste acontecimento, portanto, está na falta de gerenciamento e de políticas públicas em todos os sentidos, sobretudo, neste caso, na falta de uma política de entretenimento voltada para a juventude. Os Parques públicos da periferia são totalmente desprovidos de atividades e cuidados... Os bairros afastados do centro, mal tem saneamento básico, quanto mais clubes ou instituições especialmente voltada para este grupo. Assim, antes de falar em luta de classes, ou rebelião da periferia, há que se falar em falta de planejamento urbano, com política pública adequada para atender as demandas deste grupo. O Governo, em pleno ano eleitoral, deveria se sensibilizar com estas demandas e não politizar os movimentos, pois assim, só conseguirá esvaziá-los, alimentar a discórdia na sociedade e pensar em apenas objetivos de curto prazo que não resolverão o problema. O poder público deveria trazer para si a responsabilidade das mazelas sociais na qual vivemos ao invés de alimentar o apartheid social, que só existe, por falta de uma estrutura urbana de lazer, Educação e qwalificação profissional para os jovens deste pais. Até quando serão \\\"nem, nem\\\" ?

Marlala estudante21/01/2014 20:32 Responder

A falta de políticas públicas em um País causa exatamente a baderna. A liberdade é importante para uma boa convivência, porém deve ser regida por suas próprias leis dentro do Estado (lembrando que Estado com E maiúsculo tem uma denominação abrangente, o Pais). Para mantê-lo a três maneiras: a primeira: consiste em arruiná-lo; a segunda, em ir nele habitar; a terceira, em permitir-lhe continuar vivendo com suas próprias leis, impondo-lhe um tributo e organizando ali um governo composto de poucas pessoas. Uma cidade habituada a liberdade pode ser denominada mais facilmente por meio dos seus cidadãos do que de qualquer putra forma, desde que se queira PRESERVA-LA.

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