Piso salarial de médicos exige negociação com entes

Governo não quis opiniar sobre o projeto que define piso de R$ 9 mil para categoria sem antes ouvir estados e municípios

Fonte: Agência Câmara

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O Ministério da Saúde não quer opinar sobre a fixação de um piso salarial nacional de R$ 9 mil para os médicos sem antes ouvir estados e municípios. O valor mínimo de vencimento para a categoria está estabelecido em um projeto de lei (PL 2750/11) que foi debatido nesta quinta-feira na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público.


De acordo com o texto, que é de autoria do deputado André Moura (PSC-SE), o piso seria corrigido anualmente com base na inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A proposta já tem parecer favorável da relatora, deputada Flávia Morais (PDT-GO). Mas ela pediu a realização do debate para ouvir as partes envolvidas.


"Existe um temor grande, principalmente dos municípios, do repasse de recursos para o cumprimento desse piso. Acredito que na categoria dos médicos essa questão é diferenciada porque hoje, pela falta de médicos que temos nos municípios, principalmente no interior, o valor que se paga é até muito maior do que esse piso”, disse a relatora.


Consenso


A representante do Ministério da Saúde, Miraci Astun, lembrou que o Sistema Único de Saúde (SUS) envolve todos os entes da federação, daí a necessidade de se chegar a uma posição de consenso. Ela considera necessário ainda ouvir os setores complementares, como hospitais e clínicas filantrópicos e privados.


Segundo Miraci, é preciso levar em consideração vários aspectos, como o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF, Lei Complementar 101/00), a autonomia dos entes federados, a arrecadação dos municípios e o fato de que a área médica envolve também outras categorias profissionais.


"Se um piso dessa natureza for para dedicação exclusiva, até acho que seja possível, mas precisa ficar bem claro se é isso mesmo. Inclusive, é um dos questionamentos que nós vamos fazer no estudo”, afirmou.


Condição de trabalho


Já o diretor da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Antônio José Pereira dos Santos, fez várias críticas ao governo, entre elas a de desfinanciar a saúde pública brasileira. "A mesa nacional [de negociação] do SUS negocia, negocia, negocia e, ou você aceita o que ele quer enfiar de goela abaixo, ou então não tem negociação. A verdade é essa”, afirmou.

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