Para o presidente eleito dos Estados Unidos Barack Obama, a situação econômica do país "ainda vai piorar antes de melhorar". Em entrevista concedida neste domingo ao programa Meet the Press, da rede de TV americana NBC, Obama afirmou que tem como prioridade elaborar um plano econômico "compatível com a tarefa que está pela frente".

O democrata disse também que a sobrevivência da indústria automobilística americana é de extrema importância. Ainda assim, Obama acredita que qualquer plano de resgate que envolva o dinheiro do contribuinte deve ter a garantia de que vai emergir desse processo uma nova indústria automotiva "que realmente funcione".

A Ford, a General Motors e a Chrysler registraram nos últimos meses queda de 30% nas vendas, demitiram 5.000 funcionários e suplicam ao governo um empréstimo de 34 bilhões de dólares para evitar a falência, pedido que tramita no Congresso americano. O plano de resgate, que deve ser aprovado ainda nesta semana, prevê empréstimos de cerca de 15 bilhões de dólares.

"Eu não acho que é uma opção simplesmente deixar que essa indústria entre em colapso", disse Obama. "O que nós temos que fazer é dar ao setor assitência, mas condicionada a significativos ajustes."

A entrevista deste domingo foi a mais longa concedida por Obama desde que ele foi eleito presidente dos EUA, em 4 de novembro. Durante o programa, ele afirmou que auxiliar os americanos que sofrem risco de despejo por causa do atraso no pagamento de hipotecas é uma parte de seu plano, mas se esquivou quando o apresentador perguntou-lhe se também fazia parte de seu plano aumentar os impostos pagos pelos americanos mais ricos.

Em um discurso feito no sábado, Obama disse que seu plano para criar 2,5 milhões de novos empregos inclui o maior investimento em infra-estrutura desde a década de 50 e um grande esforço para reduzir o uso de energia do governo americano. Segundo ele, os EUA também darão grande impulso para expandir o acesso à internet de banda larga e modernizar prédios escolares em todo o país. "Precisamos de ação. E ação agora", afirmou.