Oposição pode entrar na Justiça contra o presidente Lula

Fonte: Agência Senado

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As lideranças do PSDB e do PFL no Senado determinaram às suas respectivas assessorias jurídicas um estudo técnico para saber se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu crime eleitoral nas eleições de 2002. A determinação toma por base denúncias publicadas esta semana pela revista Veja de que o PT teria recebido US$ 3 milhões do governo de Cuba para serem usados na campanha de Lula à Presidência da República.

Caso os advogados concluam que há indícios e elementos jurídicos fortes de que, de fato, houve desrespeito às regras eleitorais na campanha de Lula, a oposição vai entrar na próxima semana com uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF) ou perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que as denúncias de Veja sejam apuradas.

Sob o título "Campanha eleitoral de Lula recebeu dinheiro de Cuba" a revista conta que os US$ 3 milhões, acondicionados em caixas de bebida, andaram por Brasília e Campinas até chegar ao comitê de Lula em São Paulo. O governo nega as acusações e acena com a possibilidade de entrar na Justiça contra a revista por calúnia e difamação.

CPI vai apurar

A matéria repercutiu de imediato na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos. É que Vladimir Poleto, que teria fornecido à Veja detalhes sobre o ingresso no Brasil do dinheiro supostamente enviado de Cuba para o PT, já estava na lista de pessoas que seriam convocadas pela CPI. Ele deveria depor sobre denúncias de que exercia tráfico de influência para beneficiar grupos empresariais, na época em que era assessor do atual ministro da Fazenda, Antônio Palocci, na prefeitura de Ribeirão Preto (SP), em 2002. As denúncias da revista acelerarama vinda de Poleto à CPI, marcadapara a próxima terça-feira (8), em reunião que começa às 10h30.

Outro personagem conhecido pelos membros da CPI e que deverá ser convocado novamente para depor, desta vez para falar sobre a "Operação Havana", ou seja, a possível remessa de ajuda financeira cubana para o PT, é Rogério Tadeu Buratti, também ex-assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto em 2002. A data do depoimento ainda será marcada.

De acordo com a matéria publicada por Veja, Buratti, a exemplo de Poleto, também tinha conhecimento dos dólares que teriam sido enviados por Cuba para a campanha de Lula. Buratti já depôs três vezes perante a CPI dos Bingos. Ele foi acusado de exigir propina de R$ 6 milhões da multinacional Gtech para que a empresa renovasse o contrato com a Caixa Econômica Federal na área de operacionalização de loterias em 2003, além de ter sido acusado de ter extorquido empresas que prestavam serviços à prefeitura de Ribeirão Preto, em 2002, para a formação de uma caixinha do PT a ser usada em campanhas eleitorais.

As denúncias do dinheiro supostamente enviado por Cuba ao PT, o aprofundamento das investigações do assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, ocorrido em 2002, e o escândalo da máfia do apito, em que árbitros de futebol foram flagrados exigindo propina para manipular resultados de jogos dos campeonatos Brasileiro e Paulista, forçaram a prorrogação dos trabalhos da CPI dos Bingos para abril de 2006. O relator, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), deverá apresentar um relatório parcial em dezembro próximo.

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