Operação Lava Jato bloqueia R$ 700 mil de advogado investigado na 36ª fase que está foragido

Até esta quarta-feira (16), Rodrigo Tacla Duran seguia foragido no exterior. Segundo investigações, ele e Adir Assad lavaram dinheiro para empresas.

Fonte: G1

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O Banco Central retornou para o juiz federal Sérgio Moro o resultado da tentativa de bloqueio de recursos determinado na 36ª fase da Operação Lava Jato. Dos R$ 20 milhões que Moro mandou bloquear das contas do advogado Rodrigo Tacla Duran, foram encontrados e bloqueados pouco mais de R$ 700 mil.


O detalhamento da ordem judicial de bloqueio de bens foi publicado no site da Justiça Federal na segunda-feira (14).


Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Duran é suspeito de ter trabalhado por anos no setor de propinas da Odebrecht e de ter operado pelo menos 12 contas no exterior.


Ainda conforme as investigações, Duran e o lobista e empresário Adir Assad – também alvo da fase mais recente da Lava Jato – foram responsáveis por “lavar” cerca de R$ 50 milhões de recursos ilícitos de empresas investigadas na Lava Jato. Entre elas, além da Odebrecht, a Mendes Junior e a UTC.


"Valores das contas secretas da Odebrecht mantidas no exterior eram repassadas sucessivamente para as contas secretas no exterior de Rodrigo Tacla Duran e que, por sua vez, providenciava a disponibilização do equivalente em reais no Brasil", afirmou Moro.


Ainda de acordo com o juiz, o dinheiro em espécie era utilizado para realizar pagamentos ilegais para agentes públicos.


"O quadro indica, em cognição sumária, que Rodrigo Tacla Duran seria, assim como Adir Assad, um profissional da lavagem de dinheiro, envolvido em diversos esquemas criminosos. Teria recebido, nas contas de suas empresas e ainda em contas secretas no exterior, valores de três empreiteiras envolvidas na assim denominada Operação Lava Jato, Mendes Júnior, UTC e Odebrecht", escreveu.


A Justiça determinou a prisão preventiva (quando não há prazo para sair) de ambos. No entanto, Duran, até a manhã desta quarta-feira (16), continuava foragido no exterior.


Ele possui dupla cidadania (brasileira e espanhola) e integra a Lista Vermelha de procurados da Polícia Internacional (Interpol).


Adir Assad está preso na Polícia Federal, em Curitiba. Ele já foi condenado na Lava Jato por crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa a penas de nove anos e dez meses de reclusão.


A mesma medida de confisco não foi adotada em relação a Assad porque isso ocorreu em outra fase.


As suspeitas


Para os investigadores, depois de informações colhidas com delatores e com a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Duran e Assad, ficou claro que a dupla participou ativa e continuamente do esquema criminoso envolvendo a Petrobras.


Ainda conforme os investigadores, os operadores usaram contas bancárias no exterior, empresas de fachada e contratos falsos para desviar e lavar dinheiro.


Segundo o MPF, só a UTC e a Mendes Junior repassaram mais de R$ 34 milhões ao operador entre 2011 e 2013. Já os valores relacionados à Odebrecht ainda não foram totalmente apurados, conforme o MPF.


"Esses valores não têm justificativa real em prestação de serviços. A participação da Odebrecht, nesse momento, se refere à participação desses operadores na lavagem de dinheiro também para o setor de operações estruturadas", disse o procurador Rodrigo Pozzobon.


A 36ª fase foi deflagrada na quinta-feira (10), em três estados, e foi batizada de Operação Dragão.


O outro lado


O G1 não conseguiu contato com a defesa de Rodrigo Duran.Já a defesa de Adir Assad considerou a prisão ilegal e disse que pediria a revogação.


A UTC informou que não comenta investigações; a Odebrecht também não se manifestou.


A Mendes Júnior afirmou que o assunto vem sendo tratado nas negociações de um possível acordo de leniência e, por isso, não pode comentar.

Palavras-chave: Operação Lava Jato Petrobras Bloqueio Investigação Lavagem de Dinheiro

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