A Operação Anjo da Guarda, que visa a combater a pedofilia na Internet, levou a Polícia Federal até a casa de um advogado de um importante escritório de São Paulo na terça-feira. O nome do homem tem sido mantido em sigilo, porque o material apreendido ainda será periciado, informou o jornal O Estado de S.Paulo. Só no escritório foram recolhidos 453 disquetes, 419 fitas VHS e 134 CDs com imagens, fotos e cenas inteiras de atos sexuais com adolescentes e crianças a partir de três anos. Ele não foi detido.

A PF encontrou na terça-feira material pornográfico, que era compartilhado por comunidades virtuais de pedófilos, em 15 dos 18 endereços vasculhados em oito Estados. Além de São Paulo, a operação alcançou Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na operação, foi preso em flagrante o professor de lutas marciais Anderson Luís Juliano Borges Costa, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.

No caso do advogado, quando a polícia chegou ao endereço, ele trancou-se no banheiro e recusou-se a sair. Como a PF não tinha mandado de prisão - só de busca - e o advogado não foi apanhado em flagrante manuseando as fotos no computador, os policiais não tiveram como prendê-lo.

Ao todo, foram realizadas apurações em cinco endereços na Grande São Paulo - um na Vila Brasilândia, dois no Morumbi, um na Chácara Belenzinho e um em Carapicuíba. No interior do Estado, foi realizada apenas uma ação, em Avaré. Em todas elas, foi encontrado material pornográfico. A análise do material buscará confirmar o envolvimento dos proprietários de e-mails que integravam uma rede internacional de pedofilia. A checagem do material poderá resultar em novas prisões.

A investigação começou há nove meses, com o recebimento de uma denúncia enviada ao Brasil pelo governo da Espanha, que descobriu uma forte participação brasileira numa rede de exploração de pornografia infantil pela Internet investigada naquele país.