O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu continuidade a sua "jornada patriótica" hoje ao defender em programa de rádio a "independência política, econômica e social" do país.

Na véspera do feriado de 7 de Setembro, durante o programa de rádio "Café com o Presidente", transmitido pela Radiobras, Lula disse que o Dia da Independência é "o dia mais importante em todos os países do mundo", convidou os ouvintes para a participar das comemorações, pediu que o programa fosse encerrado com a execução do Hino Nacional e disse que só não iria cantar junto por estar "afônico".

Ele afirmou, entretanto, que "não basta ter a independência constitucional". "É preciso ter independência econômica, tecnológica, científica. E isso nós estamos provando, com o crescimento das nossas exportações, o crescimento da geração de empregos, o crescimento da economia brasileira, que nós estamos caminhando para uma independência política, econômica e social."

Porém, conforme a Folha de S.Paulo publicou ontem, cientistas políticos e historiadores afirmam que o governo adotou um discurso nacionalista que satisfaz sua base política de apoio, mas, na condução da economia, por exemplo, ainda deixa de lado o sentimento nacional e agrada e empresas, bancos e governos estrangeiros.

Ontem, Lula participou em Brasília da cerimônia da troca da bandeira e voltou a pé até o Palácio do Planalto. Hoje, o presidente recebe os atletas dos Jogos Paraolímpicos e, amanhã, participa do desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios.

"Nós queremos fazer com que o 7 de Setembro seja comemorado por toda a sociedade. Não é uma coisa do Presidente da República ou uma coisa dos militares. A independência do país é uma conquista da sociedade brasileira, de homens e mulheres, de ricos e pobres, de negros e brancos. Ou seja, todos nós temos que ir para a rua para comemorar porque é um dia muito importante", afirmou Lula no rádio.

O presidente ainda elogiou a atitude dos atletas olímpicos brasileiros de carregar a bandeira do país e fez menções ao maratonista Vanderlei Cordeiro da Silva --bronze em Atenas mesmo após ser agredido e atrapalhado durante a prova por um ex-padre irlandês-- e à ginasta Daiane dos Santos --que, favorita na prova de solo, acabou ficando em quinto lugar.

Para Lula, o Brasil vive "um momento muito especial" e as pessoas devem valorizar "aquilo que têm, aquilo que conquistaram e não ficar sempre choramingando aquilo que não conquistaram ainda".