MP diz que erro médico matou a cantora Cássia Eller

RIO - Quase três anos depois, a morte da cantora Cássia Eller começa a ter suas causas reveladas. O resultado da perícia realizada pela equipe do Ministério Público estadual (MP) aponta que a cantora morreu por causa de um erro médico.

Fonte: Globo Online

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RIO - Quase três anos depois, a morte da cantora Cássia Eller começa a ter suas causas reveladas. O resultado da perícia realizada pela equipe do Ministério Público estadual (MP) aponta que a cantora morreu por causa de um erro médico. Agora, o MP pedirá que se indicie os responsáveis pelo atendimento. Caso isso aconteça, os responsáveis podem pegar até três anos de cadeia.

O laudo pericial divulgado nesta terça-feira pelo MP revela que o atendimento dado a Cássia foi, no mínimo, contra-indicado para tratar qualquer paciente que pudesse ter feito eventual uso de álcool ou de outra droga. O parecer diz que toda a terapêutica da clínica foi equivocada e aponta cinco erros que, embora não se possa afirmar que tenham causado a parada cardíaca que matou Cássia, reduziram muito as chances de melhora da paciente.

O primeiro erro dos médicos, segundo o parecer, foi não fazer uma lavagem gástrica, "apesar de haver relato de álcool e provável ingestão de cocaína (...) para impedir que as substâncias tóxicas continuassem a ser absorvidas pelo organismo". Em seguida, o laudo afirma que "não houve a utilização de sedativos que seriam indicados, (...) apesar de a paciente pedir por sedação". Em seu lugar, foi ministrado à paciente o medicamento Plasil (metoclorpramida), que "pode acelerar a absorção de qualquer droga presente no organismo".

O parecer aponta falhas também no procedimento clínico realizado depois que a cantora teve a primeira parada cardíaca, relatando que "houve a utilização de adrenalina e atropina, contra-indicadas nos casos de infarto com utilização de álcool ou cocaína". Além disso, revela que Cássia passou por uma lavagem gástrica ao chegar à unidade de terapia intensiva, o que, segundo os pareceristas, "demonstra terem os médicos identificado, embora tardiamente, a importância da intoxicação".

Cássia morreu no dia 29 de dezembro de 2001, depois de ser levada pelas percussionistas Elaine Silva Moreira, a Lan Lan, e Thamyma Brasil à Casa de Saúde Santa Maria. Segundo informações da clínica, as amigas da cantora teriam dito aos médicos que ela bebera muito e poderia, inclusive, ter cheirado cocaína.

A revelação foi feita pelo cardiologista Marcos Vinicius de Oliveira, que, juntamente com o cardiologista Jorge Francisco Castro, prestou os primeiros atendimentos à cantora. Em seu depoimento aos policiais, em 2002, o médico confirmou que Cássia Eller chegou à clínica com agitação psicomotora, desorientada e chegou a sair, sendo levada de volta por ele e pelas percussionistas.

Em 2003, o Ministério Público chegou a pedir o arquivamento do inquérito que apurava a morte da cantora, o que foi negado pelo juiz Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 29ª Vara Criminal. Agora, com o novo parecer assinado pelos promotores Fernando Chaves e Flávia Ferrer, da assessoria criminal do MP, o procurador-geral em exercício, Celso Fernando de Barros, encaminhou pedido à 6ª Promotoria de Investigação Penal para pedir o indiciamento dos médicos responsáveis por crime de homicídio culposo.

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