Marco civil da internet e FGTS trancam pauta do Plenário da Câmara dos Deputados

Divergências ocorrem quanto à neutralidade da rede, no projeto sobre a web, e quanto à destinação da multa de 10%, no caso trabalhista

Fonte: Agência Câmara

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O Plenário da Câmara dos Deputados realiza sessão extraordinária nesta terça-feira (12), a partir das 14 horas, com a pauta trancada por dois projetos com urgência constitucional: o marco civil da internet (Projeto de Lei 2126/11) e a proposta sobre a destinação dos recursos da multa adicional do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), cobrada em demissões sem justa causa (Projeto de Lei Complementar 328/13). Os dois projetos são de autoria do Executivo.


O governo e os líderes da base aliada ainda não fecharam um acordo para viabilizar a votação do projeto de lei do marco civil da internet. O ponto mais polêmico é o da chamada neutralidade de rede, norma que impede os provedores de dar tratamento diferenciado a determinado conteúdo ou serviço. Tal regra proíbe, por exemplo, a venda de pacotes com produtos específicos, como um apenas para acessar e-mail ou apenas redes sociais.


"Com os 10 mega pelos quais eu pago, eu quero poder fazer o que eu quiser: receber e enviar e-mail, usar para rede social, baixar música, assistir vídeo ou usar voz sobre IP, o Skype. Esse é o princípio da neutralidade da rede. A rede não pode discriminar as informações que eu mando ou recebo em função do que ela quer, ela tem que respeitar minha liberdade como usuário", afirmou o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator da proposta.


O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, declarou que o governo defende a neutralidade. Já o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), tem o objetivo de tornar a neutralidade obrigatória apenas para conteúdo, e não para serviços.


O marco civil da internet foi debatido em comissão geral na última quarta-feira (6/11). Molon vai analisar as sugestões apresentadas para possíveis aperfeiçoamentos do texto. O projeto está pautado na terça e na quarta-feira (13/11)


Multa do FGTS


O texto original do Projeto de Lei Complementar 328/13 destina ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida os recursos arrecadados com a multa adicional incidente sobre o FGTS do trabalhador demitido sem justa causa.


O Congresso, em sessão no dia 17 de setembro, manteve o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto que extinguia essa contribuição adicional de 10%. Para convencer os parlamentares a votar a favor do veto, o governo enviou esse projeto especificando que o dinheiro será todo destinado ao programa, o que impede seu uso para fazer superavit primário.


Contudo, o relator da proposta na Comissão de Finanças e Tributação, deputado Guilherme Campos (PSD-SP), quer retomar a redação do projeto vetado pela presidente Dilma e acabar com a multa. A proposta ainda precisa do parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, que poderá ser apresentado em Plenário.

Palavras-chave: marco civil legislativo

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