Um dos pontos fundamentais que diferencia o jornalista do juiz é o tempo. Para o jornalista o tempo é agora e para nós do Judiciário precisamos de mais tempo para refletir, procurar a legislação, uma jurisprudência e nem sempre isso pode ser feito com a velocidade que a Imprensa exige. O comentário foi feito pela diretora da Escola de Magistratura Federal da 5ª Região (Esmafe5), desembargadora federal Margarida Cantarelli, no encerramento do I Fórum de Debates: Judiciário e Imprensa, no Espaço Cultural Semear, da Petrobrás, em Aracaju.

De acordo com a magistrada, ?se o telejornal erra numa notícia, em seguida o apresentador pede desculpas pelo erro, mas se nós juízes erramos, está em jogo a liberdade de alguém, por exemplo. A palestrante citou o ministro do Superior Tribunal de Justiça, José Delgado, dizendo que ?a primeira reforma do Judiciário deve ser abrir as portas dos palácios de justiça ao cidadão comum.

Na relação Judiciário x Imprensa, Margarida Cantarelli disse que linguagem compreensível não significa linguagem vulgar e o direito à informação pressupõe que ela seja verdadeira e aí se faz importante a participação do jornalista, que transforma em notícia a decisão tomada pelo juiz.

Em seguida, a diretora da Esmafe5 disse que toda ciência tem seus termos técnicos, seus jargões, como a Medicina, a Engenharia, a Economia. E arrematou destacando que os juízes também têm seus termos técnicos, mas as decisões judiciais precisam ganhar um texto mais compreensível.

Cerca de trezentos profissionais e estudantes de Direito e de Jornalismo participaram do Fórum de Debates, promovido pela Justiça Federal de Sergipe, com apoio da Esmafe5, do Núcleo Seccional da Esmafe em Sergipe e Espaço Cultural Semear, da Petrobras.