Liberados jovens que assumiram assassinato sob tortura

Suspeitos afirmaram que só confessaram o crime porque foram torturados

Fonte: G1

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A Justiça do Paraná determinou nesta segunda-feira a soltura dos quatro homens presos sob a suspeita de ter violentado e assassinado a jovem T. A. da S., de 14 anos, no final de junho, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. Eles afirmam que confessaram o crime sob tortura. A defesa pediu ao Ministério Público para que os quatro recebam proteção assim que deixem a Casa de Custódia de Araucária, algo que deve ficar a cargo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado(Gaeco) do Ministério Público do Paraná. As informações são dos portais UOL e G1.


Nesta segunda-feira (15/7), o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná, Juliano Breda, viajou para Brasília, com o objetivo de pedir à Procuradoria-Geral da República que o caso fosse transferido à Justiça Federal e a investigação sobre a morte de Tayná ficasse a cargo da Polícia Federal.


Os quatro acusados trabalhavam em um parque de diversões que foi depredado pela população após eles confessarem o crime. Depois disso, três dos suspeitos contaram à vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Paraná, Isabel Kügler Mendes, que foram torturados para assumir a autoria do caso. O quarto suspeito confirmou a versão ao próprio presidente da OAB paranaense, Juliano Breda, que o encontrou no Complexo Médico Penal, para onde foi levado com sangramento intenso no ânus — uma possível decorrência da tortura.


Na sexta-feira (12/7), eles confirmaram em depoimento a membros do Gaeco que confessaram os crimes sob tortura, tendo sido vítimas de choques, sessões no pau de arara e empalamentos nas delegacias do Alto Maracanã, Araucária e Campo Largo, além da Casa de Custódia. Também na semana passada, foi divulgado resultado do exame de DNA feito no sêmen encontrado na roupa da jovem, com a comprovação de que o material não pertencia a nenhum dos quatro presos.


O caso agora corre em segredo de Justiça, e o prazo para que os quatro fossem denunciados à Justiça pela morte da garota termina nesta segunda-feira (15/7), mas o Ministério Público Estadual não apresentará denúncia, tendo mais 30 dias para finalizar o inquérito se o caso for mantido na alçada estadual. O promotor Paulo Sergio Markowicz de Lima, que atua no caso, afirma que os indícios que ligam o quarteto ao crime são fracos e que a investigação deve seguir a linha de que outras pessoas assassinaram Tayná.

Palavras-chave: Tragédia Estupro Tortura Presos Acusados Liberados

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1 Comentários

Jose Augusto advogado16/07/2013 23:41 Responder

Este é apenas um dos vários casos de \\\"confissão\\\" do acusado feita na polícia, colhida sabe-se lá de que forma. Por isso a presença de um advogado deve ser obrigatória também na fase inquisitorial da produção da prova, para que não se cometam graves injustiças, pois é muito pior um inocente pagar por um crime do que não ser descoberto o autor do crime. A necessidade de \\\"satisfação\\\" da opinião pública não pode levar ao cárcere inocentes. A Justiça deve prevalecer sobre interesses pessoais ou de governantes na apuração de um crime.

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