Lavador de carros passou no exame da OAB antes de se formar

De plantão na sala do reitor da Universidade Católica, conseguiu conversar com a autoridade e, depois de muita insistência, garantiu bolsa de 50%

Fonte: Jornal de Brasília

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Flávio Dias, 36 anos. Por muito tempo, lavar carros era sua única fonte de sustento. Hoje, ele divide a rotina entre um cartório e uma loja de materiais de construção, trabalhando sete dias por semana. Anos atrás, o piauiense jamais poderia imaginar que concluiria a faculdade de Direito, tampouco passaria no   Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) antes de colar grau.


São três empregos em busca do sonho de mudar de vida. Prestes a começar o último semestre letivo, Flávio pretende advogar, se especializar em processo civil e, quem sabe, ser professor.


Ele desembarcou em Brasília de Floriano (PI), prestes a completar 18 anos. A intenção era procurar um emprego formal. Sem sucesso, ficou sete anos lavando carros. “Não tenho vergonha. Sustentei minha família por muito tempo assim. Nunca passei fome e sempre achei pessoas que me ajudassem”, conta.


Sua vida começou a mudar há cinco anos, quando o segundo filho perguntou quando Flávio teria um carro para buscá-lo na escola. Até então, os únicos veículos em que o futuro advogado havia colocado as mãos eram os que lavava todos os dias na Praça do DI, em Taguatinga.


O questionamento da criança,  de quatro anos, o impulsionou a voltar a estudar. Ele  arregaçou as mangas e, em segredo,   prestou vestibular para Direito em uma universidade particular.  “Quando passei, me deparei com um segundo problema: pagar”.


De plantão na sala do reitor da Universidade Católica, conseguiu conversar com a autoridade e, depois   de muita insistência, garantiu bolsa de 50%. “Não queria me menosprezar por ser negro e pobre, mas falei a realidade e disse que queria mudar a minha perspectiva e o futuro de meus filhos”, lembra. Mais tarde, teve bolsa integral.


Sempre em busca de uma oportunidade


Trabalhando próximo ao Cartório do 5º Ofício de Notas, em Taguatinga, Flávio conhecia todos os funcionários e resolveu pedir uma oportunidade. Conversou com o tabelião Ronaldo Ribeiro de Faria, que tantas vezes deixou o veículo em suas mãos.  Assim, começou no setor de limpeza, passou pela segurança e agora é auxiliar notarial.


O patrão se orgulha do funcionário e acredita que será um bom advogado por ser dedicado e persistente. “É muito importante quando a gente pode ajudar quem tem competência e mostra força de vontade. Ele retribui a oportunidade que demos”, reconhece o tabelião.


Mesmo com a carreira no Cartório, Flávio continua lavando carros para completar a renda e porque gosta da atividade. “É um serviço que me distrai, diminui o estresse e queima calorias, já que estou um pouco acima do peso”, brinca.


Maior conquista


Assim como o vestibular, o Exame da Ordem foi feito em segredo. Ele não gastou um centavo para a primeira fase, mas comprou aulas online para a última etapa.


 “Respondi quase duas mil questões nos testes reforçando o que eu sabia e aprendendo o que faltava”, lembra. Como resultado, acertou 57% da prova objetiva.

 
Flávio viu o resultado sozinho no trabalho. Antes de abrir a página, fez uma oração e, quando se deparou com seu nome, gritou e chorou de felicidade. Saiu ligando para familiares, amigos e conhecidos e, depois, ainda postou em uma rede social para avisar os mais distantes do fato que se tornou a maior  conquista de sua vida.


Memória

 
Flávio Dias não é o único que, com dificuldades, conseguiu crescer e mudar de vida. No ano passado, o médico Josinaldo da Silva, de 36 anos, foi o primeiro índio a concluir o curso na Universidade de Brasília (UnB).  Integrante da tribo Atikum, veio do sertão de Pernambuco e recebeu o diploma de um pajé. Passou fome, sofreu com a falta de água e de investimentos na terra natal e tinha o objetivo de ajudar seus conterrâneos.

 
Em 2012, um ex-morador de rua se formou em pedagogia na UnB. Sérgio Ferreira,   36, passou no vestibular quando ainda vivia nas ruas do DF.  Em sua monografia, relatou as dificuldades de adaptação à academia depois de anos vivendo sem regras.

Palavras-chave: exame da ordem oab oportunidade

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9 Comentários

Selma Lima Advogada17/07/2014 18:15 Responder

Lindo demais, e um exemplo para aqueles que arrumam desculpas para não estudarem!

APARECIDO BERLANGA advogado17/07/2014 18:25 Responder

Flavio Dias, meus sinceros parabéns. Você é a prova via de que se dedicando e estudando com afinco as oportunidades aparecem.

Antonio Lisboa Advogado17/07/2014 18:43 Responder

Um tapa na cara de quem protesta contra o \\\"exagerado e desproporcional\\\" exame da Ordem. Via de regra, quem está falando mal do Exame são aquele alunos que mandavam botar o nome no trabalho, aqueles que apareciam dia de prova. No exame da Ordem a desgraça do \\\"jeitinho\\\" não existe. Cadê o \\\"jurista\\\"? Parabéns, Flávio! só o estudo muda a condição social de alguém que não nasceu em berço de ouro. Sou prova disso. Com poder de propósito, determinação e muita dedicação se consegue alcançar os objetivos da vida.

VASCO VASCONCELOS,Escritor e Jurista ESCRITOR E JURISTA17/07/2014 18:49 Responder

Aceite os meus cumprimentos Flávio Dias. Nunca se esqueça que não é da alçada de nenhum sindicato ou órgão de fiscalização da profissão avaliar ninguém. Isso é um abuso. Afirmo isso com argumentos jurídicos; Art. 209 da Constituição diz que compete ao poder público avaliar o ensino. Art. 43. da Lei de Diretrizes e Bases ? LDB - Lei 9.394/96 \\\"a educação superior tem por finalidade (...) inciso 2 - formar diplomados nas diferentes áreas. De acordo com o art. 48 da LDB diz que os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por seu titular. É bom que e diga que OAB, não tem interesse em melhorar o ensino jurídico. Se tivesse bastaria qualificar os professores inscritos em seus quadros. Recursos financeiros não faltam. São R$ 72,6 milhões, tosquiados, sem retorno social, sem prestar contas ao Tribunal de Contas da União ?TCU, extorquidos por ano, com altas taxas: enquanto taxas do ENEM são apenas R$ 35, taxas do caça-níqueis da OAB, já chegaram a R$ 250, fiz reduzir para R$ 200, mesmo assim é um assalto ao bolso, haja vista que as taxas médias dos concursos de nível superior (NS), giram em torno de R$ 80, taxas do último concurso da OAB/DF, apenas R$ 75, Não é porque a violência lá aora está pipocando que OAB irá criar sua polícia. Onde está responsabilidade social da OAB? Se para ser Ministro do STF basta o cidadão ter mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 101 da constituição. Se para ocupar vagas nos Tribunais Superiores, OAB se utiliza de listas de apadrinhados? Por quê para ser advogado o bacharel tem que passar por essa cruel humilhação e terrorismo? Assegura o art. 5º inciso XIII, da Constituição diz: É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. E o que diz a lei sobre qualificações profissionais? A resposta censurada pela mídia irresponsável e omitida pelos Ministros do Egrégio Supremo Tribunal Federal- STF, quando desproveram o RE 603.583, está no art. 29 § 1º do Código de Ética Disciplina da OAB (Das regras deontológicas fundamentais), diz: Títulos ou qualificações profissionais são os relativos à profissão de ADVOGADO, conferidos por universidades ou instituições de ensino superior, reconhecidas OAB, deveria mirar-se no exemplo do CIEE. Enquanto o Centro de Integração Empresa Escola. CIEE com meio século de atividade, se orgulha dos números que coleciona, ou seja 13 milhões de jovens encaminhados para o mercado de trabalho, dando-lhes cidadania, gerando emprego e renda, a retrógrada OAB, na contramão da história, comemora o inverso, com seu exame caça-níqueis, triturando sonhos e diplomas de jovens e idosos, gerando fome, desemprego depressão, síndrome do pânico, síndrome de Estocolmo e outras comorbidades diagnósticas, causando incomensuráveis prejuízos ao país com esse contingentes de milhares de bacharéis em direito (advogados), desempregados, e ainda acha que que está contribuindo para o belo quadro social. O que deve ser feito é exame periódico durante o curso, efetuando as correções necessárias na grade curricular e não esperar o aluno se formar fazendo malabarismo, pagando altas mensalidades, sacrificando sua vida e vida dos seus familiares, enfim investindo tempo e dinheiro, para depois dizerem que ele não está capacitado para exercer a advocacia ?A privação do emprego é um ataque frontal aos direitos humanos. ?Assistir os desassistidos e integrar na sociedade os excluídos? Por quê só o curso de Direito tem esse exame? Qual o motivo de médicos, engenheiros, e outras profissões, não serem submetidos a tal \\\"v\\\"exame? E vejam que eles trabalham com vidas humanas que em caso de erro (morte) não se Emenda a inicial como advogado. Advogado português pode atuar no Brasil sem tal exame, sem ter conhecimento da nossa legislação. Por quê? Parem de querer defender essa \\\"excrescência\\\" e \\\"Extirpe\\\" essa ultima ditadura no Brasil. Aos causídicos de plantão, os Senhores não são obrigados a concordarem com o meu Ponto de Vista. Porém não aceito insultos e/ou ofensas rasteiras e/ou ?Argumentum ad hominem?. Quero dizer que respeito todas opiniões contrárias, desde que seus defensores, se utilizem de argumentos jurídicos plausíveis, principalmente daqueles inscritos nos quadros da OAB. Se não possuem argumentos jurídicos, calem-se. Vasco Vasconcelos Escritor e Jurista Brasília-DF

Elisa de J Advogada18/07/2014 19:40 Responder

Senhor Vasco, não confunda entidades que são essencialmente diferentes entre si. CIEE - Centro de Integração Empresa Escola, e OAB - Ordem dos Advogados do Brasil têm características absolutamente distintas. Enquanto o \\\"vermelho\\\" é uma cor encarnada, muito viva, o verde é da cor das folhas da maior parte das árvores, das ervas viçosas, que pode derivar da mistura das cores azul e amarela. Ambas são maravilhosas e necessárias, bem como são indispensáveis ao ambiente humano. Poderia, ainda, fundamentar juridicamente o por quê do Exame de Ordem, haja vista a existência do advogado no texto constitucional e infra constitucional, na doutrina e na jurisprudência. O exemplo do \\\"Lavador de Carros\\\" e de tantas outros \\\"heróis\\\" nacionais que dispensam o protecionismo demagogo não serve para defender a OAB nem o Exame de Ordem: serve para mostrar que o sucesso de cada um depende do próprio esforço, da motivação, do entusiasmo, da fé e da obstinação que os vitoriosos possuem quando almejam alcançar metas traçadas. E, mais, o Exame de Ordem não veio para prejudicar a quem quer que seja, mas para o \\\"garantismo\\\" dos integrantes da categoria profissional que não poderia, jamais, ficar à mercê de interesses menores contra o interesse dos cidadãos. E, por falar nos outros profissionais, que o senhor indaga \\\"qual o motivo de médicos, engenheiros, e outras profissões, não serem submetidos a tal \\\"v\\\"exame?\\\", eis \\\"que eles trabalham com vidas humanas que em caso de erro (morte) não se Emenda a inicial como advogado\\\", havemos de lamentar que as entidades que os representam não puderam, ainda, estabelecer exigências semelhantes! Valho-me do exemplo dos médicos, que têm sido usados criminosamente pelos \\\"políticos que estão na berlinda\\\", com lamentáveis danos a toda a população brasileira, principalmente os mais carentes, eis que estão servindo de famigerada desculpa para o Brasil mandar dinheiro para Cuba, sem qualquer retorno para o nosso povo! O Conselho Federal de Medicina, tudo têm feito para coibir esses abusos, inclusive avaliação dos atendimentos do SUS no País, e com o apoio em geral há de conseguir agir de forma semelhante à OAB. Tomara que consigam!!!. \\\"Pouca coisa se viu além da importação maciça de intercambistas cubanos.\\\" ?Permanece a carência de recursos, a gestão pífia e a falta de infraestrutura?. ?Nada de verbas, de modernização, de políticas de recursos humanos eficientes.\\\" (Confira com seus próprios olhos, enquanto puder, nos \\\"site\\\" www.cfm.org.br). Portanto, senhor \\\"Escritor e Jurista\\\", lute, sim, mas lute por razões melhores, pelo menos para que os advogados não sintam na própria pele o mesmo que os médicos desse Brasil maravilhoso e sob risco! Que Deus nos proteja a todos.

VASCO VASCONCELOS,Escritor e Jurista ESCRITOR E JURISTA25/07/2014 18:15 Responder

Nobre causídica, não sou contra a melhoria do ensino. Estou lutando com pertinácia e denodo pelo direito ao trabalho, de milhares de Bel. em Direito (Advogados), desempregados atolados em divididas do Fies, enfim jogados ao banimento por um órgão de fiscalização da profissão. Saiba que não tenho nenhuma intenção de ser galardoado com o Prêmio dos Direitos Humanos. Sou de origem pobre e a maior herança que irei herdar do meu pai, hoje com 97 anos (referência de honestidade) no interior da Bahia, é o seu CARÁTER. Eis aqui a verdade sobre essa excrescência: OAB e FGV além de usurparem papel do Estado (MEC) ainda se negam a corrigir com seriedade as provas da segunda fase do X caça-níqueis Exame da OAB. Uma excrescência tão grande que de acordo com o Blog Bocão News, levou o ex- Presidente da OAB/BA, Saul Quadros Filho em seu Facebook, a fazer duras críticas à empresa que organiza atualmente o exame da OAB. De acordo com Saul Quadros Filho, a FGV comete tantos erros na confecção da prova que é preciso urgentemente cobrar da instituição o mínimo de competência.(?) Portanto, o dever do Conselho Federal é cuidar da qualidade das provas ou então aposentar o exame. (?) No atual momento o Conselho Federal tem que ser solidário e não o algoz dos que ?foram reprovados? pela FGV quando, na verdade, se tem alguém que merece ser reprovada é, induvidosamente, a própria Fundação Getúlio Vargas, endureceu Quadros. Exame da OAB, diga-se de passagem, infestado e pegadinhas, ambigüidades, parque das enganações, feito para reprovação em massa, para manter a reserva de mercado, tão difícil ao ponto do nobre Professor Rafael Tonassi, do Portal Exame de Ordem, desabafar o seu inconformismo com a prova trabalhista de um dos últimos Exame: Confiram: ?Amigos que fizeram a segunda fase de trabalho do exame 2010.3. Venho aqui me solidarizar a todos com a COVARDIA feita pela OAB na prova de trabalho. Me questiono se a infeliz prova aplicada, é fruto de perseguição da OAB aos futuros advogados, ou simplesmente absoluta incompetência da banca examinadora, que por conta de sua vaidade não foi capaz de elaborar um exame com o objetivo de aferir a capacidade técnica de um recém formado. Acho que num surto psicótico de vaidade, o examinador impune e covarde escondido em seu anonimato ( muito cômodo por sinal ) deve estar rindo de sua perversidade com milhares de pessoas que apostaram sua história de vida na advocacia e dependem dessa aprovação para o término de um ciclo e o início de uma nova caminhada, que infelizmente se encontra estagnada por conta dos devaneios de um louco anônimo. Devo reconhecer que só me dei conta da tamanha injustiça praticada contra os alunos quando no dia seguinte, nós da equipe de professores de trabalho do Complexo de Ensino Renato Saraiva demoramos juntos 07 horas para elaborar a sugestão de resposta, isso mesmo amigos não digitei errado, 07 horas que os PROFESSORES precisaram. E ao final do dia exausto mentalmente retornando pra casa pude ter a certeza que nenhum, digo nenhum conselheiro da Ordem dos Advogados, faria essa prova em cinco horas. Faço um aqui um desafio público para qualquer Conselheiro Federal ou o próprio Presidente, que elabore na minha frente uma prova nos mesmo moldes da aplicada na segunda fase de trabalho no prazo de cinco horas, garanto a vocês com toda certeza que ele não irá terminar. O que ocorreu foi um absurdo! Um despreparo irresponsável com conseqüências na vida de milhares de pessoas, que curiosamente escolheram a advocacia como um instrumento na busca da Justiça. E são vítimas de tamanha injustiça!! Pela própria OAB, que antagonismo (?) Nesse sentido vários juízes e desembargadores já desabafaram que não passariam no pernicioso Exame da OAB. Há acerca de dois anos, no Artigo O Exame da OAB da lavra do eminente Desembargador Vladimir Souza Carvalho, do TRF-5 (Recife), disponível na internet no BLOG DIREITO E CIDADANIA http://tcc-direitoecidadania.blogspot.com/2010/08/o-exame-da-oab.html afirmou que mesmo com 32 anos de magistratura, seria reprovado no Exame da OAB. Também o Desembargador Lécio Resendo, então Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal TJDFT, afirmou numa entrevista concedida ao Correio Braziliense: ? EXAME DA OAB é uma exigência descabida. Restringe o direito de livre exercício que o título universitário habilita. ?In casu? peço ?vênia? para mencionar o ponto de vista do nobre professor Vital Moreira, constitucionalista da Universidade de Coimbra em Portugal, ao se deparar sobre a situação dos advogados no Brasil comentou: ?A Ordem dos Advogados, só deve poder controlar o conhecimento daquilo que ela deve ensinar, ou seja, as boas práticas e a deontologia profissional, e não aquilo que as universidades ensinam, porque o diploma oficial deve atestar um conhecimento suficiente de Direito.? Quando o Estado é fraco e os governos débeis, triunfam os poderes fáticos e os grupos de interesses corporativos. Sempre sob invocação da autonomia da ?sociedade civil?, bem entendido. Invocação despropositada neste caso, visto que se trata de entes com estatuto público e com poderes públicos delegados. Como disse uma vez um autor clássico, as corporações são o meio pelo qual a sociedade civil ambiciona transformar-se em Estado. Mais precisamente, elas são o meio pelo qual os interesses de grupo se sobrepõem ao interesse público geral, que só os órgãos do Estado podem representar e promover?. Então, vamos h u m n i z a r a OAB., tudo isso em respeito aos méritos do seu passado de lutas e conquistas. Vasco Vasconcelos Escritor e Jurista Brasília-DF

Zezinho Gari28/07/2014 2:01 Responder

Senhor Vasco Vasconcelos, por favor, esclareça-me, em apenas 1 (uma) palavra (sim ou não): para o Senhor, toda pessoa que concluiu o curso de Direito no Brasil atual deve advogar? Bastará essa resposta para que eu possa entender seu ponto de vista, e decida se o apoio ou não. Sim ou não, por favor.

VASCO VASCONCELOS,Escritor e Jurista ESCRITOR E JURISTA28/07/2014 12:12 Responder

Dr. Zezinho relativamente ao seu questionamento, respondo com convicção e argumentos jurídicos que toda pessoa portadora de Diploma de Bacharel em Direito reconhecido pelo Estado (MEC) com o aval da OAB, está credenciada para o exercício da ADVOCACIA. Tanto é verdade que a maioria dos advogados inscritos nos quadros da OAB, não precisou submeter ao caça-níqueis da OAB. Vendem-se dificuldades para colher facilidades. Não obstante ao exposto quem forma em Administração (É ADMINISTRADOR). (...) em Medicina, (MÉDICO), em Psicologia (Psicólogo), em Direito (Advogado), em Arquitetura (ARQUITETO), em Engenharia (ENGENHEIRO). Justificando: Art. 48 da LDB diz que os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por seu titular. Os maiores advogados e juristas deste país não precisaram submeter à máquina de arrecadação, o caça-níqueis da OAB, para se tornarem famosos. Art. 43. da LDB - Lei 9.394/96 \\\"a educação superior tem por finalidade (.); inciso 2 - formar diplomados nas diferentes áreas. Nenhum dos Ministros do Egrégio STF, foi submetido ao referido caça-níqueis. Trata-se de um Exame abusivo, excludente, inconstitucional e tem que ser banido do nosso ordenamento jurídico. Não é da competência da OAB e de nenhum conselho de fiscalização da profissão legislar sobre condições para o exercício das profissões. Art. 22 da Constituição diz: Compete priivativamente a União legislar sobre ;(EC nº19/98) (?) XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões. Recentemente o Presidente do Egrégio Supremo Tribunal Federal- STF, Ministro Joaquim Barbosa afirmou e alto e bom som, que OAB é uma entidade a privada. O art. 209 da Constituição diz que compete ao poder público avaliar o ensino. Portanto cheira muito mal OAB usurpar papel do Estado; com os olhos voltados não para melhoria do ensino e sim, para os bolsos de milhares de bacharéis em direito (advogados), desempregados, atolados em dívida do Fies, negativados do Serasa e SPC. A Lei nº 10.861, de 2004, que instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, o Sinaes, NÃO possui nenhum dispositivo permitindo a interferência das corporações no processo avaliativo, este da competência exclusiva do MEC para as IES que integram o sistema federal de ensino. Art. 1º da lei em tela diz: Fica instituído o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES, com o objetivo de assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes, nos termos do art 9º, VI, VIII e IX, da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (...). Art. 5º A avaliação do desempenho dos estudantes dos cursos de graduação será realizada mediante aplicação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes ENADE. Art. 5º inciso XIII, da Constituição, diz: É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. E o que diz a lei sobre qualificações profissionais? A resposta omitida (CENSURADA) pela mídia e olvidada pelos Ministros do STF, quando desproveram o RE 603.583 está no art.. 29 § 1º do Código de Ética Disciplina da OAB (Das regras deontológicas fundamentais), diz: Títulos ou qualificações profissionais são os relativos à profissão de A D V O G A D O , conferidos por universidades ou instituições de ensino superior, reconhecidas. O que deve ser feito é exame periódico durante o curso, efetuando as correções necessárias na grade curricular e não esperar o aluno se formar fazendo malabarismo, pagando altas mensalidades, sacrificando sua vida e vida dos seus familiares, enfim investindo tempo e dinheiro, para depois dizerem que ele não está capacitado para exercer a advocacia. Ora, se para ser Ministro do Egrégio STF, NÃO PRECISA SER BEL. EM DIREITO (ADVOGADO) basta o cidadão ter mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 101 CF)? Se para ocupar vagas nos Tribunais Superiores OAB se utiliza de LISTAS DE APDRINHADOS DA ELITE? Por quê para ser advogado, o bacharel tem que passar por essa cruel humilhação e terrorismo? Vamos abolir a escravidão contemporânea da OAB. O Exame de Ordem por si só não qualifica, se assim fosse não teríamos advogados na criminalidade. OAB tem que se limitar a fiscalizar os seus inscritos e puni-los exemplarmente, fato que não está acontecendo veja o que relatou a reportagem de capa da Revista ÉPOCA, Edição nº 297 de 26/01/2004 O crime organizado já tem diploma e anel de doutor. Com livre acesso às prisões, advogados viram braço executivo das maiores quadrilhas do país. O texto faz referência aos advogados que se encantaram com o dinheiro farto e fácil de criminosos e resolveram usar a carteira da OAB para misturar a advocacia com os negócios com os negócios criminosos de seus clientes. Espera-se com ardor que os dirigentes da OAB, persigam o elevado desiderato de recolocar a advocacia na dimensão e nos patamares de valorização e respeito que ela merece, dando exemplo. Estou convencido que existem alternativas inteligentes e humanitárias: tipo estágio supervisionado, residência jurídica, etc.. ?A bove majore discit arare minor? (O boi mais velho ensina o mais novo a arar). O Deputado constituinte, Michel Temer, atual Vice-Presidente da República que foi o responsável, segundo revelou dia 01/10, no Plenário da OAB, o relator-geral da Constituinte, Bernardo Cabral, pela redação do artigo 133, que garante a indispensabilidade e a inviolabilidade do exercício do advogado para a administração da justiça, ele o Vice-Presidente da República, que é professor de direito constitucional, foi muito feliz quando em 14.09.2012 durante a cerimônia de formatura dos 70 advogados da 1ª Turma da Faculdade de Direito Zumbi dos Palmares- UNIPALMARES, ressaltou a importância da formatura da UNIPALMARES ?Os senhores quando se graduam, se formam, como ADVOGADOS e FUTUROS JURISTAS nas mais variadas áreas, estarão enaltecendo o estado democrático de direito.? Faço minhas as palavras do então Presidente do TJDFT Desembargador Lécio Resende: ?Exame da OAB É uma exigência descabida. Restringe o direito de livre exercício que o título universitário habilita? Como é possível o Estado (MEC), outorgar o grau de bacharel, o que significa reconhecer que o aluno está devidamente qualificado (capacitado) para o exercício da profissão, cujo título universitário habilita, em seguida aparece um sindicato inescrupuloso, afirmar que o Bacharel, com o diploma em mãos, não está capacitado para exercer a advocacia? Que poder é esse que afronta vergonhosamente a Constituição Federal, a Declaração Universal dos Direitos Humanos? Onde está a responsabilidade da social da OAB? Que poder tem essa instituição de usurpar o papel do Estado (MEC), triturando sonhos, diplomas e empregos? Presidenta Dilma Rousseff , Pesquisa realizada pela Agência Senado: Fim do famigerado Exame da OAB conta com apoio de 94,32 % dos internautas (A voz do povo é a voz de Deus). Vossa Excelência foi eleita com mais de 52 milhões de votos, não pode se curvar para os mercenários da OAB, cujo atual Presidente foi eleito numa eleição indireta, em pleno Regime Democrático, com 64 votos dos 81 dos conselheiros para representarem cerca de 750 mil advogados em todo o país. Isso é DEMOCRACIA? não obstante quer impor sua tirania ao impedir milhares de Bacharéis em Direito (Advogados), ao direito no mercado de trabalho, para manter reserva pútrida de mercado. A Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, repudia a discriminação, em quaisquer de suas formas, por atentar contra a dignidade da pessoa humana e ferir de morte os direitos humanos. Um belo dia, quando tudo isso for passado, a própria OAB vai se envergonhar de sua TIRANIA ao impor esta absurda humilhação aos Bacharéis em Direito (Advogados) e à sociedade, através de um falso e hipócrita discurso de defesa da sociedade. Ensina-nos Martin Luther King: \\\"Há um desejo interno por liberdade na alma de cada humano. Os homens percebem que a liberdade é fundamental e que roubar a liberdade de um homem é tirar-lhe a essência da humanidade\\\". \\\"Na nossa sociedade, privar um homem de emprego ou de meios de vida, equivale, psicologicamente, a assassiná-lo. VASCO VASCONCELOS Escritor e Jurista BRASÍLIA-DF E-mail:vasco.vasconcelos@brturbo.com.br .....

Patricia Juíza07/08/2014 19:10 Responder

Não deveria ser tão tocante assim uma história como essa. Mas é.!! Porque, infelizmente, não temos todos as mesmas oportunidades. Mas o melhor dele é que o princípio da meritocracia prevaleceu. Parabéns

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