Justiça condena três médicos acusados de homicídios
Eles foram denunciados por retirar órgãos de pacientes que ainda apresentavam sinais vitais, na década de 1980
Após mais de 40 horas de julgamento no Fórum de Taubaté, terminou na noite desta quinta-feira (20) o júri dos médicos Rui Noronha Sacramento, Mariano Fiore Júnior e Pedro Henrique Masjuan Torrecillas.
Eles foram condenados a 17 anos e seis meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, pelas mortes dos pacientes José Miguel da Silva, Alex de Lima, Irani Gobbo e José Faria Carneiro.
De acordo com a denúncia, as vítimas ainda apresentavam sinais vitais quando tiveram seus rins retirados pelos acusados para um suposto tráfico de órgãos.
O processo, que possui 54 volumes e 10.607 páginas, é de 1986 e ficou conhecido como Caso Kalume, em referência ao médico Roosevelt de Sá Kalume que apresentou aos órgãos competentes as supostas irregularidades praticadas pelos acusados.
O julgamento foi presidido pelo juiz Marco Antônio Montemór e o Conselho de Sentença foi composto por quatro mulheres e três homens.
Os réus podem recorrer da decisão em liberdade.
Como foi o júri - Durante os quatro dias de julgamento, foram ouvidas sete testemunhas de acusação, sete de defesa e os três réus puderam apresentar suas versões sobre os fatos. Foram lidas cinco cartas precatórias e apresentados dois vídeos de testemunhas ouvidas em outras comarcas.
Uma das juradas entendeu que era preciso acareação entre duas testemunhas que já haviam sido ouvidas. O Ministério Público e os advogados de defesa explanaram por cerca de nove horas para os jurados, que precisaram de quase três horas para chegarem ao veredito.
Cesar Augusto autônomo e bacharel em direito22/10/2011 10:39
Depois de 40 anos é que foram condenados? Eles já devem estar mortos ou quase mortos, então é hora de retirarem os órgãos deles ao invés de irem para a cadeia.